A luz divina e a mulher cósmica
“Quando a figura de Herodes (o símbolo extremo do ego desgovernado e insistente) leva a humanidade ao nadir da degradação espiritual, as forças ocultas do ciclo começam a mover-se por si mesmas.
Numa cidadezinha remota, nasce a donzela que se manterá imaculada dos erros comuns de sua geração: uma miniatura, no meio dos homens, da mulher cósmica que desposou o vento. Seu ventre, vazio como o abismo primordial, chama para si, graças à sua própria disponibilidade, o poder original que fertilizou o vazio.
“Eis que, num certo dia, enquanto Maria se encontrava perto da fonte, a fim de encher seu cântaro, o anjo do Senhor lhe apareceu, e disse: Bendita sejas, Maria, pois em teu ventre preparaste a morada do Senhor. Contempla, a luz virá do céu e habitará em ti e, por teu intermédio, brilhará sobre todas as coisas.”
Essa mesma história é contada em toda parte…”
Joseph Campbell, O herói de mil faces, pg 169