Sobre esse site e nosso trabalho
Temos já muitos anos de site e de trabalhos com o feminino, e as vezes eu, Bia, penso se está na hora de me recolher. No entanto, há ainda tanto a ser feito que hesito em parar. Hoje trago algumas reflexões para deixar de novo registrado algumas motivações dessa longa jornada.
Nós todas nascemos em culturas patriarcais que definem o que é ser mulher e que criam expectativas sobre os papéis, comportamentos, atitudes e até sentimentos que seriam adequados ao nosso gênero.
As crenças de cada cultura, que se manifestam diretamente em ensinamentos e exemplos e indiretamente em seus mitos, diferem bastante – a não ser por uma crença que é compartilhada por todas. Todas fomos aculturadas para enxergar a nós mesmas como um gênero de segunda classe, definido a partir do primeiro, o masculino, e para vermos tudo que é feminino como menos importante e menos valioso.
Além disso, se você for branca, jovem, magra, bonita para os padrões vigentes, heterossexual e de classe média para cima sua vida correrá mais fácil em todos os sentidos. Se tiver um marido e uma família aparentemente perfeita como as de propaganda, tudo lhe correrá ainda mais fácil. Mas quanto mais você for diferente da descrição acima, menos “valor de mercado” terá e sua vida será mais difícil.
O pior é que não apenas a sociedade impõe essas condições, mas nós mesmas, mulheres, podemos introjetar isso, ou seja, também nos enxergar como de “menor valor”. Tanto por ser mulher como por qualquer diferença dessa “perfeição”.
Isso se chama crença tóxica. Ela nos diminui, nos machuca, nos limita, fere nossa autoestima, muitas vezes nos paralisa e faz a gente não usar todo nosso potencial.
Entre outras coisas que seguem o mesmo objetivo, nós aqui focamos na desconstrução dessas crenças tóxicas e pensamos que é algo que pede a participação de todas nós, tanto a nível social como no interior de nós mesmas. Quanto mais avançarmos nisso mais avançaremos na construção de um mundo muito melhor para todas as pessoas, de todos os gêneros e condições.
Contamos com você para estar conosco nessa jornada!
imagem: desenho de Cris Balieiro