Poesia é remédio – Ganso selvagem, de Mary Oliver
Surda ao excitante chamado do mundo?
Anda tomando nas costas fardos que não são seus e que a puxam para baixo?
Ou está se sentindo culpada por não conseguir ser tão boa quanto gostaria, e acha que deveria conseguir ajudar quem não quer ser ajudado?
Bom, essa poesia está aqui para tratar disso. De preferência, ela deve ser lida num lugar onde você possa ver o céu, tomando um refrescante mojito com folhinhas de hortelã ou um sorvete de gengibre.
Entre seus efeitos colaterais, você poderá perceber que está se sentindo mais leve, como se de repente tivesse se transformado num suave ganso selvagem que voa alto, alto…
Você não tem que ser bom.
Você não tem que andar ajoelhado por mil milhas
pelo deserto, arrependido.
Você só tem que deixar o suave animal do seu corpo
amar o que ele ama.
Fale-me sobre desespero – o seu – e eu lhe falarei do meu.
Mas enquanto isso o mundo segue em frente.
Enquanto o sol e as suaves pétalas da chuva se movem
através das paisagens
sobre as pradarias e árvores profundas, montanhas, e rios
Enquanto o ganso selvagem no alto limpo ar azul
Está indo em direção a seu lar, de novo
Onde quer que você esteja, não importa quão solitário,
O mundo se oferece a sua imaginação
chamando por você como o ganso selvagem, estridente e excitante
de novo e de novo –
anunciando seu lugar na família das coisas.
Por um momento eu me li acima e quase alcei vôo!
Voe, Jéssica, a gente merece voar para aquilo que ama!!!
Cris