Os tempos de recolhimento – II
Há pouco tempo atrás falei em um post dos necessários, inevitáveis e muitas vezes temidos ” tempos de recolhimento”. Tempos em que nossa energia psíquica volta-se para dentro, para o nosso mundo interno e que falta, consequentemente energia para lidar com as demandas do mundo externo. Claro que não podemos abandonar a vida e ir para um mosteiro mas precisamos, dentro do nosso possível respeitar esses tempos: são tempos de transformação.
Marion Woodman diz: (…)fiz a mais importante descoberta psicológica da minha vida. Descobri que uma criatura viva, obedecendo às suas próprias leis internas, passa por um ciclo de crescimento, depois morre e renasce como uma nova criação.
São tempos muitas vezes de não-saber, onde vivemos em brumas!
Períodos de “não-saber” são parte do cenário de tornar-se autenticamente íntegra, em contato com o poder e a autoridade interiores. Existe uma crença da sociedade de que sair de qualquer situação é ruim, a menos que você saiba para onde está indo. Mas a idéia de que o futuro está sempre visível do lugar onde estamos não é realista. Algumas vezes, precisamos caminhar por um tempo “no escuro” até que possamos vislumbrar um novo horizonte.
Joan Borysenko
É sempre um processo meio obscuro, pois se passa em nossas profundidades.
Assim como as contrações do parto tem início, marcando a separação que nos distancia da segurança do útero, uma oculta sincronia começa a movimentar-se como portadora do sentimento que estamos preparadas para o novo. Ao despertar, certa manhã, descobrimos que não conseguimos mais ajustar-nos à força à velha identidade. O que parecia configurar segurança e tranqüilidade parece agora negar a vida e, de repente, percebemos que está na hora de ir embora. O que fica para trás é uma consciência antes segura, que dispunha de categorias nas quais enquadrar as coisas e se autoconhecia, sabendo para onde rumava e por quê. Essa segurança é substituída pelo desconhecido. Pela vulnerabilidade. E por algo inexprimível e, às vezes, quase insuportavelmente novo.
Sherry Ruth Andersen
Tempos difíceis, ricos, transformadores e absolutamente necessários para nosso crescimento psicológico e espiritual!
Nossa, Cristina, que lindo post!
Adorei as citações, me tocaram profundamente.
Bjs
Sabe Cristiane, eu gosto de falar sobre esses tempos de necessidade de recolhimento, porque nossa cultura rasa, superficial e extrovertida, quase beirando a histeria, passa a mensagem que tempos assim devem ser temidos, reprimidos ou até medicados!!!
Beijão
Cris