O retorno da jornada
cortejo – cris balieiro
A jornada do herói tem três principais etapas: a ruptura, a iniciação e o retorno. Resumindo muito, isso descreve o trajeto de um herói cujo mundo cotidiano sofre uma ruptura – geralmente um desafio. Ele enfrenta esse desafio partindo numa aventura onde é iniciado numa vida nova e depois retorna com os frutos que colheu na aventura.
Esse retorno é dividido em três sub etapas: o caminho de volta – que é a preparação para viver no “mundo cotidiano” outra vez, mas pessoalmente modificado; a ressignificação – transformação pessoal advinda da jornada e a dádiva para o mundo – o que se traz da jornada como doação para o mundo.
De certa forma, nós estamos vivendo uma jornada coletiva, agora numa etapa de retorno. Não somos as mesmas pessoas de antes: nós nos modificamos e estamos num mundo modificado. Nada é como antes. Agora, como vamos nos preparar para viver nesse mundo modificado? Como vamos ressignificar esses acontecimentos externos e internos? O que aprendemos, o que continuamos a aprender? O que nos é solicitado para doar a esse novo-velho mundo?
E hoje é dia de Halloween, que se origina no festival celta de Samhain, a comemoração da colheita de outono. Tradicionalmente, os celtas entendiam esse dia como uma ligação entre a terra, esse atribulado mundo dos vivos, e o céu, o mundo da felicidade perfeita dos mortos. É quando se festejava a união do céu com a terra, num certo sentido. Dia de festa e alegria, no qual as crianças tocam as campainhas dos vizinhos pedindo: “Doces ou travessuras”.
Que possamos encarar essa jornada coletiva e a nossa pessoal num espírito de união, de aventura, de reflexão, de coragem e onde haja lugar para a doçura e a alegria.
