Neiva conta como reagiu ao desrespeito masculino na rua
“Um dia, eu cheguei à faculdade transtornada….e o professor perguntou o que tinha acontecido. Eu contei que não agüentava mais ouvir as coisas pesadas que os homens daqui falavam e que não sabia o que fazer, porque tinha que passar por ali para ir à faculdade. Ele falou:
-“Neiva, na próxima vez que você passar, volta e diz tudo que você tiver vontade de dizer, não segura isso dentro de você”.
No dia seguinte, quando eu ouvi aquelas grosserias – eu nunca vou esquecer –, eu não voltei, eu dei ré, eu caminhei com os passos para trás. As primeiras três palavras foram os palavrões que o professor tinha sugerido, as outras eu não sei onde eu tinha aquilo na minha cabeça, porque o que eu disse para aqueles caras…
Eu gritava no meio da rua tudo que eu podia gritar pelo desrespeito com uma mulher. Como que esses homens se atreviam a não respeitar uma mulher? Estava enlouquecida. E o pessoal da frente, do bar:
– “Bem feito, um dia vocês iam ter que ouvir”.
Quando caminhava para a faculdade, parecia que não estava no chão. E quando eu cheguei lá, roxa, o professor olhou para mim e disse:
-“Hoje você está com uma aparência melhor”.”
Trecho da entrevista dada por Neiva Bohnenberger