Mulheres que sempre escolhem mal seus parceiros, segundo Clarissa Pinkola
Você lembra do barba Azul, o personagem do conto de fadas que era muito sedutor mas matava as noivas que ficavam com ele? Clarissa fala aqui sobre mulheres que querem “brincar de casinha com o Barba Azul” , que insistem em salvar homens que não querem ser salvos, e por aí afora. Esse é um padrão autodestrutivo que pode se repetir varias vezes até ser reconhecido e a mulher se fortalecer para mudar. Trechinho de Mulheres que correm com os lobos sobre más escolhas amorosas.
“Digamos, por exemplo, que uma mulher ingênua insista em escolher mal seus parceiros. Em algum ponto da sua mente ela sabe que esse modelo de comportamento é infrutífero, que deveria parar e seguir valores diferentes. Muitas vezes ela até sabe como deve prosseguir.
No entanto, há algo de irresistível, uma espécie de Barba-azul hipnótico, que faz com que continue seguindo o padrão destrutivo. Na maioria dos casos, a mulher sente que, se apenas se mantiver fiel ao velho modelo um pouco mais, sem dúvida a sensação paradisíaca que procura aparecerá no próximo batimento do seu coração.
… Muitas mulheres vivem literalmente o conto do Barba-azul. Elas se casam enquanto ainda são ingênuas a respeito de predadores, e escolhem um parceiro que é destrutivo para com a sua vida.
Elas se sentem determinadas a “curar” aquele a quem amam. Estão, sob certo aspecto, “brincando de casinha”. Poderíamos dizer que elas passaram muito tempo dizendo que a barba dele afinal não é tão azul assim.
Uma mulher capturada desse modo acaba percebendo que suas esperanças de uma vida razoável para si mesma e para seus filhos diminuem cada vez mais. Embora possa ser o parceiro físico da mulher quem a prejudique e arrase sua vida, o predador inato dentro da sua própria psique concorda com isso.
Enquanto a mulher for forçada a acreditar que é indefesa e/ou for treinada para não registrar no consciente o que sabe ser verdade, os impulsos e dons femininos da sua psique continuarão a ser erradicados.”