Labirinto ou maze: você consegue achar a a saída?
Labirinto é um caminho de um percurso apenas, que conduz por um caminho intrincado a uma meta central e depois nos reconduz para a saída, o mesmo lugar por onde entramos. Você pode relaxar, aproveitar a jornada e se deixar ir porque sabe que no final vai chegar ao centro e depois sair do labirinto. É apaziguante e libertador. É a figura mais abaixo desse post.
Maze, palavra em inglês que em português é traduzido por dédalo, significa um entrelaçamento de caminhos variados, confusos e cheios de becos sem saída, nos quais podemos ficar perdidas sem chegar ao centro e nem conseguir sair dele. Há varias entradas e saídas. É estressante e desafiador. É a primeira figura desse post.
Nós costumamos confundir labirinto e maze, dizendo coisas como “estou num labirinto de emoções” ou “num labirinto burocrático”, etc. Mas são bem diferentes, e as atitudes de quem está num ou em outro devem ser bem diferentes.
Num maze é necessário ter consciência, atenção aos sinais, abertura para um aprendizado constante e flexibilidade para mudar de rumo. Num labirinto a única coisa necessária é a entrega e fé no processo. Passamos por ambos ao longo da vida- mas será que a gente reconhece se está num labirinto ou num maze?
De todo modo, é possível transformar um maze num labirinto, ou seja, sair de uma situação difícil e confusa. Dois mitos contam como fazer isso.
No primeiro, que coloquei segunda passada, Ariadne deu a seu amado Teseu um fio que ele amarrou na entrada do labirinto de Creta (na verdade maze), e foi puxando até chegar ao centro. Depois, voltando pelo caminho do fio, Teseu saiu de lá com sucesso. Assim, um maze estressante pode ser transformado em labirinto se a gente tiver um fio para nos guiar.
Mas há outra saída para um maze, como conta outro mito grego :
Dédalo, o arquiteto construiu o labirinto (de novo, maze) de Creta, foi preso no labirinto ali junto com seu filho Icaro. Dédalo então construiu 2 asas artificiais com cera do mel de abelhas e penas de gaivota. Colou-a nas costas de Icaro e nas suas, aconselhando o filho a não voar muito alto para que o sol não derretesse a cola e nem muito baixo para as asas não ficarem úmidas e pesadas. Ambos conseguiram sair voando do labirinto, mas Icaro ficou tão encantado pelo sol e inebriado pela sensação de poder que subiu demais. Suas colas derreteram e ele caiu no mar, afogando-se. Quando Dedalo chegou em terra construiu um templo para Apolo, deus do sol, e deixou lá suas asas.
Então, a saída de Dédalo de voar por cima do maze é uma saída psicológica e espiritual. É a desidentificação defendida por espiritualidades budistas, vedanta, cristã e também a individuação junguiana. É o voo sobre as condições terríveis que nos limitam, o olhar de buda agregado à humildade suficiente para a pessoa não se achar santa a ponto de aproximar-se do sol.
Nesse caso não existem mais mazes nem labirintos que precisam ser decifrados, pois a gente estará vendo a confusão de cima. Já a saída de Teseu é por terra, é refazer o caminho através da integração masculino-feminina, é unir num só ser o masculino e o feminino.
Qual é a sua solução? Um fio que que sabe que vai te conduzir ao melhor caminho? O que é o fio para você: a confiança na vida, na intuição, no amor, na integração com outros, na sorte, a fé em si mesma? Ou sua saída é o voo, a desidentificação, o não apego espiritual, a fé em algo maior que si mesma?
O que te segura quando tudo falha? O que te leva a reencontrar o Caminho e a liberdade?
O que faz seu maze virar labirinto?