III Encontro Mundial de Círculos de mulheres: juntas gestamos o novo
“A gente vai a um evento achando que o mais importante dele será ouvir algum palestrante ou coisa assim, mas no final descobrimos que o mais importante daquele evento foi um encontro ou acontecimento sincronístico que ali se deu”.
Essas palavras ditas por Jean Shinoda Bolen no III Encontro Mundial de Círculos de Mulheres se confirmaram para mim numa dança da Carla Brasil. Gravidíssima, esperando o bebe por aqueles dias, ela apareceu no evento inesperadamente e fez uma apresentação maravilhosamente inesquecível… Que foi também uma metáfora do que estávamos fazendo lá.
Ao ver aquela mulher dançar com alma, corpo e com outra vida na barriga me ocorreu que muitas de nós, mulheres, estamos gravidas mesmo que não tenhamos nada no ventre.
Cada uma de nós que contesta padrões obsoletos do patriarcado e que experimenta fazer as coisas de outra forma está gestando um novo tipo de vida.
Cada uma de nós – mulheres sozinhas ou em círculo, eu e Cris, você que me lê (se você não fizesse parte não estaria agora lendo isso) – está criando algo muito novo: como é o lema nesse site, está criando um jeito feminino de olhar o mundo.
E que vai beneficiar a todos, mulheres e homens.
O Encontro trouxe muitas atividades e ideias inspiradoras. Dancei com o fantástico Maracatu Baque Mulher, segui meditações da querida Carminha Levi e de outras feiticeiras, comprei ervas medicinais de Ana Cecilia Nasi e calendário das artes de Juliaro, fui tocada pelas colocações da Soraya e da Marisa Sanabria, acompanhei tambores e invocações, conversei sobre nossos livros e senti-me irmã de tantas mulheres que compartilharam tanto. Gratidão a Soraya Mariani e companheiras!
Abaixo, trechinhos da fala da simpática Dra Cristina Page:
“O que acontece com as mulheres quando se estressam? Se unem. Quando os homens se estressam, eles se isolam. Mas o compartilhamento do mesmo sentimento por outra pessoa traz a cura. O choro comum quando alguém morre, o riso junto com o de um bebê. Acontece que ocitocina reduz nosso stress. E abraçar um bebê (ou um cachorrinho), por exemplo, libera ocitocina tanto em nós como neles.”
“O útero é a parte mais fraca e mais forte de uma mulher. A região do sacro é onde batem as energias dos relacionamentos. E daí surgem os problemas físicos. Mas somos poderosas quando estamos sendo e falando a partir do útero.”
“Nenhum homem vale que a mulher se desrespeite por ele. E a mulher que se desrespeita é desrespeitada pelos outros. Mulher perde poder quando se torna um “homem de saias” e vira uma competidora”.
Queria compartilhar (Oswaldo Montenegro – Cigana e bailarina )
https://www.youtube.com/watch?v=WaHXhLQGSNs
Gratidão _/\_