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Heroínas do Brasil – Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral (1886/1973): pintora e importante figura do movimento modernista brasileiro
Tarsila

Tarsila nasceu em 1886, em Capivari, interior de São Paulo, filha de uma rica família proprietária de fazendas de café. Foi educada conforme as filhas das famílias aristocratas eram: em casa, com uma mestra que a ensinou a ler, escrever, bordar e falar francês. Depois estudou em São Paulo, no Colégio Sion e completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur. 

Desde jovem, Tarsila demonstrou muito interesse pelas artes plásticas. Aos 16 anos, pintou seu primeiro quadro, intitulado “Sagrado Coração de Jesus”. 
Voltando da Europa, em 1906, casou-se com um médico, mas rapidamente o casamento chegou ao fim, pois o marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila e ela não aceitava essa imposição. 

Começou então seus estudos artísticos, primeiro no Brasil e depois na França, para onde viajou em 1920. Em Paris soube, através das cartas da amiga pintora Anita Malfatti, da Semana de Arte Moderna de São Paulo de 1922. 
Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia e agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila dizia que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos clássicos. 
Em dezembro de 1922, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la: passam a viver juntos e se casaram em 1926. 

Na França estudou com diversos mestres da pintura moderna, mas dizia que foi numa viagem que fez a Minas, com o grupo dos 5, que ela viu as cores que gostava desde sua infância. Ela dizia: “Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, …” 
E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. 

Em janeiro de 1928, Tarsila querendo dar um presente de aniversário especial ao seu marido, pintou o “Abaporu” cujo nome de origem indígena significa “homem que come carne humana”, obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado por Oswald. A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira. 

Em 1930 separou-se de Oswald. Viajou para a União Soviética no ano seguinte e fez uma exposição em Moscou. A partir de 1933, influenciada pela mobilização socialista, pinta quadros como “Operários”, sendo pioneira da temática social no Brasil. 

Em 1950, é feita a primeira retrospectiva de seu trabalho, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1951 participou da I Bienal de São Paulo, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, “Tarsila 50 anos de pintura”, que ajuda a consolidar sua importância como artista. 

Faleceu em São Paulo em 1973.

Próxima quarta-feira, dia 29/06: CLEMENTINA DE JESUS

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