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Heroínas do Brasil – Maria Quitéria

Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792 —1853) militar brasileira, heroína da Guerra da Independência.
Quitéria
 
 
Maria Quitéria nasceu no Sítio do Licurizeiro, atual município de Feira de Santana, Bahia. Foi a filha primogênita dos portugueses Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus, ambos nascidos na colônia do Brasil. Em 1803, quando tinha dez anos, perdeu a mãe. Quitéria assumiu a casa e cuidou de suas irmãs. Cinco meses após enviuvar, o pai casou-se novamente com Eugênia Maria dos Santos, que veio a falecer pouco tempo depois sem que da união nascessem filhos. Na sequência, Gonçalo Alves casou-se pela terceira vez, com Maria Rosa de Brito, com quem teve mais três filhos.
A nova madrasta, nunca concordou com os modos independentes de Maria Quitéria. Analfabeta, uma vez que à época as escolas eram poucas e restritas aos grandes centros urbanos, Maria Quitéria aprendera a montar, a caçar e a usar armas de fogo.

Entre 1821 e 1822, iniciaram-se na Província da Bahia as agitações contra o domínio de Portugal. Deflagradas as lutas de apoio à independência em 1822, o Concelho Interino do Governo da Bahia, defendia o movimento e procurava voluntários para a formação de um “Exército Libertador”.
Como Gonçalo não tinha filhos homens, Maria Quitéria, interessada em se alistar pediu permissão ao seu pai, mas seu pedido foi negado. Com o apoio de sua irmã Tereza Maria e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, Quitéria cortou o cabelo, vestiu-se de homem e se alistou com o nome de Medeiros, no batalhão dos “Voluntários do Príncipe D. Pedro”, ali permanecendo até ser descoberta pelo pai, duas semanas mais tarde.
No entanto, o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, pois ela era reconhecida pela disciplina militar e pela facilidade de manejar as armas. A seu uniforme foi acrescentado um saiote à escocesa. O seu entusiasmo contaminou outras mulheres. Centenas delas seguiram o seu exemplo e passaram a integrar a Companhia Feminina, criada pelo Exército e comandada por ela.
Maria Quitéria seguiu com o Batalhão para vários combates. Participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e de Itapuã.
No dia 2 de julho de 1823, quando o exército entrou na cidade de Salvador, Maria Quitéria foi saudada e homenageada pela população. Tornou-se exemplo de bravura nos campos de batalha e foi promovida a cadete, em 1823, recebendo por ordem do Conselho Interino da Província, uma espada e seus acessórios.
Foi condecorada no Rio de Janeiro com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, em uma audiência especial onde recebeu a medalha das mãos do próprio Imperador Dom Pedro I.

Foi promovida a Alferes de Linha, posto em que se reformou. Aproveitado a ocasião para pedir ao Imperador uma carta solicitando ao pai que a perdoasse por sua desobediência. Perdoada pelo pai, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, o antigo namorado, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Maria Quitéria morreu em 1853, aos 61 anos.

É considerada a primeira mulher a participar de unidade militar das Forças Armadas Brasileiras e a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil, em 1823. Ela é a heroína da independência. Em 28 de junho de 1996, Maria Quitéria de Jesus, por decreto do Presidente da República, passou a ser reconhecida como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

Próxima quarta-feira, dia 13/07: CARLOTA PEREIRA DE QUEIROZ

2 comentários

  1. rose leal disse:

    Adorei a pagina estava a procura de uma referencia femenina para nomear um projeto e encontrei .

  2. crisbalieiro disse:

    Que legal, Rose Leal! Gostaria de saber sobre esse projeto.
    Cris

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