Heroínas do Brasil – Maria Lenk
Maria nasceu em São Paulo, em 1915, filha de imigrantes alemães. Com 10 anos teve uma pneumonia dupla e os pais acham que a natação faria bem à saúde da filha. Como na cidade de São Paulo ainda não havia piscinas, Maria vai aprender a nadar com o pai, no Rio Tietê, que em 1925 ainda não era poluído.
Ela contava que o pai prendia seu maiô num anzol, ficava segurando a vara com uma corda do lado de fora do rio e dizia o que ela deveria fazer, enquanto desajeitadamente ela batia pernas e braços e bebia muita água.
Em 1931 ganha o primeiro lugar na competição interestadual de nadadoras do Rio de Janeiro e de São Paulo, realizado na enseada de Botafogo. Sua vitória foi fundamental para a aceitação das mulheres esportistas e levou a Federação Paulista das Sociedades de Remo a reconhecer em abril de 1932 o primeiro campeonato feminino de natação no Estado.
No mesmo ano, com 17 anos, torna-se a primeira mulher sul-americana a competir em Olimpíadas, nos Jogos de Los Angeles. Era a única mulher da delegação em meio a 124 homens – 81 atletas e 43 treinadores e dirigentes, o que ocasionou bastante polêmica na época. Maria junto com outros 68 atletas da equipe brasileira custearam a viagem para competir nas Olimpíadas de Los Angeles vendendo o café que levaram no porão do navio.
Outro fato marcante em sua carreira é a participação inovadora nas Olimpíadas de Berlim, em 1936. Na ocasião, destaca-se como precursora do nado borboleta entre as mulheres, estilo que como ela mesmo conta, havia aprendido em uma revista alemã.
No dia 11 de outubro de 1939, na piscina do Botafogo, fez os 400 metros peito em 6min15s8, tornando-se o primeiro atleta sul-americano, entre homens e mulheres, a bater um recorde mundial de natação.
No auge de sua forma, é a mais séria candidata ao ouro olímpico em 1940, mas a Segunda Guerra Mundial cancela o evento.
No início dos anos 40, é a única mulher da delegação de nadadores sul-americanos que excursiona pelos EUA. Maria quebra doze recordes norte-americanos e aproveita sua estadia para concluir o curso de Educação Física na Universidade de Springfield.
Em 1942 ela deixou a carreira de atleta profissional e ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde passou a lecionar educação física. Lá tornou-se professora catedrática e diretora da instituição. Foi também membro vitalício da Sociedade Americana de Técnicos de Natação. Escreveu mais de dez livros, alguns considerados pioneiros na ciência esportiva.
Na década de 1960 Maria foi a primeira mulher a ingressar no Conselho Nacional de Desportos, onde lutou pela igualdade de direitos para ambos os sexos em todas as modalidades esportivas, porém a libertação total às práticas esportivas para as mulheres só aconteceu em 1975!
Aos 69 anos, Maria Lenk resolveu reiniciar a carreira de atleta e segue quebrando recordes e ganhando medalhas!
No campeonato mundial da categoria 85-90 anos, realizado em agosto de 2000, ela voltou de Munique com cinco medalhas de ouro! Maria foi a campeã dos 100 m peito, 200 m livre, 200 m costas, 200 m medley e 400 m livre. Na categoria de 90 a 94 anos, Lenk é dona de três recordes mundiais do nado de peito, obtidos no fim de 2005: o dos 50, o dos 100 e o dos 200 metros.
Adorei !! Ansiosíssima pela Tarsila do Amaral ! Bjs
São Mulheres sensacionais, não são, Ana?
Bjs
Cris