Heroínas do Brasil – dados históricos
1827 – Surge a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que frequentassem as escolas elementares.
1832 – Nísia Floresta defende mais educação para as mulheres e lança uma tradução livre da obra pioneira da feminista inglesa Mary Wollstonecraft.
1852 – Lançado no Brasil o Jornal das Senhoras, editado pela argentina Joana Paula Manso de Noronha. Ela sabia que não poderia falar “nos direitos, na missão da mulher” para que o jornal não fosse proibido nas casas de família. Logo depois a brasileira Violante de Bivar e Velasco assume o jornal.
1873 – É publicado em Minas Gerais o jornal O Sexo Feminino. A editora, Dona Francisca Senhorinha da Motta Diniz, tentava resgatar a história das mulheres brasileiras e advogava o sufrágio feminino.
1874 – Maria Augusta Generosa Estrella deixou o Rio de Janeiro para estudar medicina nos Estados Unidos. Ingressou três anos mais tarde no New York Medical College and Hospital for Women.
1879 – As mulheres têm autorização do governo para estudar em instituições de ensino superior; mas as que seguiam este caminho eram criticadas pela sociedade.
1885 – Chiquinha Gonzaga estreia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”.
1887 – Formou-se a primeira médica no Brasil: Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades em se afirmar profissionalmente, algumas chegando a ser ridicularizadas.
1899 – Mirthes de Campos é a primeira mulher a ser admitida no Tribunal de Justiça Brasileiro para defender um cliente.
1916 – Surge o primeiro Código Civil brasileiro que normatizava que a mulher com o casamento perdia sua capacidade civil plena. As mulheres casadas – ou sob o pátrio poder – eram consideradas relativamente incapazes juridicamente. Cabia ao marido a autorização para que ela pudesse trabalhar, realizar transações financeiras e fixar residência. Além disso, o Código Civil punia severamente a mulher vista como ‘desonesta’, considerava a não virgindade da mulher como motivo de anulação do casamento e permitia que a filha suspeita de ‘desonestidade’, isto é, manter relações sexuais fora do casamento, fosse deserdada.
1917 – Deolinda Daltro, fundadora do Partido Republicano Feminino em 1910, lidera uma passeata exigindo a extensão do voto às mulheres.
1922 – Bertha Lutz funda a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) para lutar pelos direitos das mulheres.
1928 – O Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de voto às mulheres. Elas foram às urnas, mas seus votos foram anulados.
1932 – Novo código eleitoral dá o direito as mulheres de votar e serem votadas.
1932 – A nadadora Maria Lenk, é a primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada, sendo a única mulher da delegação olímpica.
1933 – Nas eleições para a Assembleia Constituinte, são eleitos 214 deputados e uma única mulher: Carlota Pereira de Queiroz.
1937/1945 – Durante o Estado Novo foi promulgado o decreto 3199 que normatizava a prática esportiva feminina, proibindo às mulheres a prática dos esportes considerados incompatíveis com as condições femininas tais como: “luta de qualquer natureza, futebol de salão, futebol de praia, polo, polo aquático, halterofilismo e beisebol”.
1962 – Foi sancionado o Estatuto da Mulher casada, que garantiu entre outras coisas que a mulher não precisava mais de autorização do marido para trabalhar, receber herança e em caso de separação ela poderia requerer a guarda dos filhos: é retirada a relativa incapacidade da mulher casada.
1964 – O Conselho Nacional de Desportos proíbe a prática do futebol feminino profissional no Brasil.
1977 – É aprovada a lei que permite o divórcio no Brasil.
1981 – Caí o veto à prática do futebol feminino profissional.
1988 – A nova constituição estabelece igualdade a todos os brasileiros, perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e assegurando que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.