Heroínas do Brasil – Anita Garibaldi
Anita nasceu em Laguna, na época província de Santa Catarina em 1821. Sempre foi uma mulher extremamente corajosa. Casou-se aos 14 anos com um homem muito mais velho, mas separou-se dele aos 17.
Nessa época, meados da década de 1830, acontecia no sul do Brasil a Guerra dos Farrapos, onde os gaúchos, liderados por Bento Gonçalves queriam se separar do resto do Brasil e formar a República de Piratini. Lutavam contra as tropas do Império de D. Pedro II. O italiano Giuseppe Garibaldi, um idealista das causas da liberdade, veio lutar ao lado dos gaúchos.
Garibaldi e Anita se conheceram em 1839 durante as batalhas dessa guerra que se estendia para Santa Catarina. Apaixonaram-se imediatamente. Anita então decidi seguir Garibaldi e se juntar a luta dos Farrapos.
Mostrando uma atitude sempre destemida e heroica lutou junto a ele e seus homens de igual para igual, tanto em batalhas no mar, quanto em terra, tanto usando o sabre, como fazendo sozinha arriscada travessia em pequeno barco para levar munição para os revoltosos.
Durante a revolução, foi feita prisioneira e Garibaldi dado como morto. Conseguiu convencer os soldados que a prenderam para que lhe dessem licença para procurar o corpo do marido no campo de batalha. Não achando o corpo, percebeu que Garibaldi havia escapado. Conseguiu então um cavalo e fugiu, montada em crina e grávida de 4 meses. Encontrou o marido e depois teve seu primeiro filho. Garibaldi se ausentou quando a criança estava com 12 dias e um destacamento dos soldados imperiais invadiu sua casa. Novamente Anita escapa fugindo a cavalo com seu bebe recém-nascido.
O casal vai então para o Uruguai, onde Garibaldi sobrevive como professor e Anita o ajuda costurando para fora, enquanto aprende a ler e a escrever com ele.
Em 1842, já viúva do primeiro marido, casou-se com Garibaldi: tinha 21 anos. No Uruguai os dois têm mais 3 filhos.
Com a ameaça a independência do Uruguai, Garibaldi se juntou as tropas uruguaias sendo nomeado coronel. Anita trabalhou como enfermeira junto a legião do marido.
Em 1848 Garibaldi resolveu enviar sua família para a Itália, onde são recebidos com muita alegria e honras.
Mais tarde, no mesmo ano, Garibaldi voltou à Itália e se devota à luta pela emancipação e unificação do país. Em 1849, sabendo da difícil situação do marido, cercado pelos franceses em Roma, Anita deixa os filhos com a sogra e vai lutar ao lado do marido. Participa ainda ao lado dele de batalhas e fugas espetaculares, mas debilitada, grávida de 6 meses e adoentada, não resistiu e morreu em agosto de 1849, aos 28 anos.
Garibaldi escreveu em suas Memórias: ” Eu chorei amargamente a perda de minha Anita. Aquela que foi companheira inseparável nas mais aventurosas circunstâncias de minha vida”.
É reverenciada tanto no Brasil como na Itália e em sua homenagem foram erguidos vários monumentos no Brasil e também em Roma, Nice e Ravena; foi por isso chamada “Heroína dos Dois Mundos”!
Próxima quarta-feira, dia 06/04, MARIA JOSÉ DEANE