Dança circular e o equilíbrio masculino-feminino
A introdutora da dança circular no Brasil, Renata C Lima Barros, conta como a dança ajudou a equilibrar as polaridades de forma amorosa sem perder a força:
“A minha serenidade, com total confiança no que faço, é uma conquista. Eu não era assim, com o tempo é que fui ficando mais e mais serena.
Pessoas que me conheceram há muitos anos sabem como eu era mais autoritária, mais brava. Mudei muito! Mantenho a mesma força, mas é equilibrada.
Acredito que não mudamos a nossa personalidade, mas mudamos a maneira de nos expressar; mudamos a nossa comunicação. Mantemos a mesma personalidade e transformamos nossas dificuldades em potencialidades equilibradas. A dança me fez entender esse processo.
Eu tenho três filhos homens e sempre fui bastante independente, autoritária: “Não quer fazer? Tá bom, eu faço, vamos lá!” Mãe de menino se torna mais esportista, não tem aquele “ti‑ti‑ti” que vejo nas mães de meninas. Isso influenciou muito na minha energia feminina. Não que ela não existisse, mas era uma energia bastante ativa, objetiva, linear e determinista.
Mas, a partir do momento em que comecei a trabalhar com as danças circulares e com os grupos, minha energia se tornou muito mais suave. Aprendi a equilibrar a objetividade e a assertividade com as qualidades de envolvimento e compaixão; e, principalmente, comecei a amar mais.
Quando a dança entrou na minha vida, o feminino se tornou mais presente. Atualmente, posso dizer que sei entender a diversidade e respeita‑la; e a forma do círculo é essencialmente feminina, propiciando o reconhecimento de valores tais como inclusão, compaixão, amorosidade”.
Fonte: O feminino e o sagrado, Beatriz Del Picchia e Cristina Balieiro, link no menu