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As relações corpo-psique: onde se aloja sua raiva?


Nos braços, tronco, cabeça. 
A felicidade espalha-se dos pés à cabeça.  

Depressão? Esfria o corpo todo, ainda mais o peito.

 Isso veio de um estudo feito por pesquisadores finlandeses sobre como percebemos as emoções que afetam nosso corpo. 
Eles reuniram 701 pessoas, entre finlandeses e asiáticos, a quem exibiram filmes e contaram historias a fim de provocar emoções diversas, indo de raiva a amor. Então, pediram aos participantes que pintassem em silhuetas humanas mostrando em que lugar do corpo aquelas emoções os atingiam. Onde as sensações eram intensas, as áreas mais quentes – ou seja, afetadas – eles coloriam de vermelho; quando ficavam ainda mais intensas, de amarelo, e onde as sensações eram entorpecidas , com áreas mais frias, eles pintavam de tons de azul e preto.  Daí resultou a gravura anexa, uma espécie de mapa de como sentimos no corpo o que sentimos na psique. 
Através de técnicas especificas, eles tentaram desvincular as respostas dos estereótipos e de metáforas culturais, tão diferentes entre finlandeses e asiaticos,  para ir direto à relação corpo-psique.  E aparentemente conseguiram, pois embora o artigo discrimine algumas diferenças menores, os resultados comuns passam acima delas a ponto dos pesquisadores falarem de “bases biológicas”  para nossa percepção psíquica das emoções. Em outras palavras, falam do arquétipo junguiano:  embora de origens étnicas e culturais diferentes, as respostas semelhantes indicam nossabase não só biológica como arquetípica comum
Acredito que muita coisa virá desse estudo. Para começar, especulando livremente e brincando de pensar no mapa, achei particularmente interessante as noções de que: 
o amor brilha mais que tudo, mas não se espalha pelo corpo inteiro como a felicidade
– já o orgulho pega as mesmas áreas que o amor, menos  a barriga que some (orgulho não é uma coisa visceral, mesmo..) 
– a inveja é ainda mais e acima de tudo cerebral (será mais egóica…?); 
– o desgosto corre pela faringe e se espalha todo vermelho pelo ventre, como sabem os que tem problemas por aí; 
– na depressão o peito (o coração, o ventre) desaparece…  
Isso tudo é importante no nosso processamento emocional, sendo nossos sentimentos influenciados pelo modo como o entendemos no corpo e vice versa. Como já a sabia a yoga, que reconhece e estimula a percepção corporal desde muito antes de estarmos fazendo isso em laboratórios. 
Traduzo abaixo parte do artigo original, publicado na prestigiosa revista americana da PNAS (National Academy of Sciences, da Stanford University:
“Os autores do estudo admitem que os resultados de sua pesquisa poderia “refletem uma associação puramente conceitual entre o conhecimento semântico dos estereótipos baseados na linguagem ” e sensações emocionais – como borboletas no estômago – mas argumentam que suas respostas sugerem uma ” universalidade cultural ” a forma como as nossas emoções impactar nossos corpos. O estudo foi realizado com os participantes de Taiwan e da Finlândia , e apesar de suas diferentes origens culturais , ambos os grupos desenhou mapas semelhantes. Em vez de uma explicação linguística ou cultural para a universalidade das respostas do estudo, os autores sugerem os seus pontos de dados no sentido de ” uma base biológica ” para nossas respostas físicas para emoções.”
texto de Bia Del Picchia, baseado na PNAS e na revista Ciência e Saúde, links abaixo

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