As Rainhas e outros aspectos do feminino no tarô
Texto DE BETOH SIMONSEN
As Rainhas é a conclusão da serie de artigos de autoria de Betoh Simonsen – contato betohsimonsen@uol.com.br e www.clubedotaro.com.br
As Rainhas
Todas as rainhas são representantes do elemento água em cada naipe, demonstrando a força das emoções e sentimentos, diversas formas de afeto, amorosidade e expressões do feminino.
Rainha de copas – compaixão, empatia, capacidade de perdoar e acolhimento.
Rainha de ouros – expressão de afeto através do cuidado de uma maneira prática e concreta.
Rainha de espadas – afeto através do desapego e sentimento liberalizador, como um águia que induz seus filhotes ao vôo, quando estão prontos.
Rainha de paus – expressa o afeto de uma maneira mais intensa e assertiva, com muita firmeza, às vezes até de uma maneira dura. Algumas pessoas precisam de um choque adicional para acordar. O cuidado a ser tomado aqui é se realmente estará se expressando afeto a partir de uma real compreensão amorosa ou se será julgamento e manipulações emocionais mal disfarçados. O grande diferencial é se a pessoa que está expressando está incomodada e não aceitando a outra; ou se, ao contrário, aceita a outra mesmo que esta não mova um palito na direção desejada. Se não houver esta aceitação, não estaremos falando de dama de paus.
Outros Aspectos do Feminino
No I Ching, o principal hexagrama ligado ao feminino é O Receptivo. Enquanto O Criativo está mais ligado ao aspecto do tempo, o receptivo está mais ligado ao espaço. As outras características se assemelham àquelas que já consideramos anteriormente.
Em Astrologia, os elementos femininos são considerados a água, que contém os atributos astrológicos de ser úmida ou flexível, e fria, ou retentiva; e a terra, por conter o atributo de ser fria.
Estou terminando de ler um livro muito interessante, The Meaning of Mary Magdalene de Cynthia Bourgeault , que repensa completamente o significado de Maria Madalena. Além de ser considerada a apóstala dos apóstolos, fala de seu papel de verdadeiro amor consciente e testemunho, além de citar o processo da transformação alquímica no ser pleno. Muito interessante e profundo.
O Código da Vinci também traz alguns aspectos interessantes, mas é mais superficial.
Um aspecto bem interessante do feminino é a importância do lado direito do cérebro. Assisti a um vídeo há um certo tempo atrás, de uma neurocientista de Havard, Dra. Jill Bolte Taylor, que havia sofrido uma isquemia do lado esquerdo do cérebro; depois de vários anos havia recuperado grande parte de suas funções e estava dando um testemunho de sua experiência: resumindo, assim que teve o derrame, não conseguia mais diferenciar as coisas, mas tinha um grande sentimento de unidade de todas as coisas, percebendo que não havia uma separação real entre tudo que existe. Era um mundo de plena energia. A palestra era cheia de detalhes da experiência, mas o que gostaria de trazer aqui, além da sensação da energia unificada, é que em todo o trabalho de recuperação teve que fazer um extraordinário esforço em reconfigurar todas as impressões para torná-las inteligíveis primeiro para si mesma e depois para que pudesse voltar a interagir com o mundo de forma satisfatória. O outro ponto é, que segundo seu testemunho, havia atravessado a experiência de iluminação, pois o que havia vivenciado era totalmente compatível com o relato de diversos seres que por outras razões atravessaram o mesmo caminho.
Conclusão
A busca e prática do feminino é o caminho para nos integrarmos com nossas polaridades (em alquimia chamado de casamento alquímico), para nos curarmos, para percebermos os outros, para nos harmonizarmos com nosso planeta e nos libertarmos de nossos padrões já superados de passado, para nos tornarmos seres mais compassivos e eventualmente nos sintonizarmos com o Grande Oceano de Luz. Pode ser chamada de via úmida. Que tal?