A Dádiva de Maria da Penha
A última etapa da jornada da heroína é a DÁDIVA PARA O MUNDO: o ciclo só termina com o viajante trazendo para o mundo o que descobriu em seu caminho, o tesouro encontrado no percurso. Apesar de toda jornada trazer uma grande transformação pessoal, ela tem de conter uma dimensão maior: é necessário que essa transformação seja, de alguma forma, “doada” para o coletivo.
E a DÁDIVA que as mulheres trazem ao mundo é muitas vezes a parte mais visível de sua vida e muitas vezes focamos na conquista e não no difícil caminho para chegar a ela. Não percebemos ou não refletimos que a DÁDIVA que oferecem não veio a elas como uma bênção: é fruto de sua corajosa jornada. Precisamos valorizar o caminho, pois ele muitas vezes é muito árduo. Vamos falar de Maria da Penha?
Maria da Penha Maia Fernandes nasceu no Ceará em 1945: é farmacêutica e mãe de três filhas. Ela sofreu violência doméstica por anos, seu ex-marido tentou matá-la duas vezes e em consequência de tudo isso ela se tornou paraplégica. Sua longa jornada foi na tentativa de punir seu agressor, o que aconteceu 19 anos depois.
Como fruto de sua árdua caminhada, temos hoje a lei 11340, sancionada em 2006 e conhecida como Lei Maria da Penha, que aumentou o rigor das punições às agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar.
A Lei Maria da Penha, segundo a Organização das Nações Unidas, é a terceira melhor e mais avançada no mundo em relação ao combate da violência doméstica e familiar contra as mulheres. É uma lei, que mesmo sendo aplicada com deficiência protegeu e protege inúmeras mulheres.
Maria da Penha é hoje líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres.