Eros e Psiquê: o abandono do amor
Trechinho do mito que inspirou tantos contos de fadas, com ilustração de Kinuko:
A linda Psique tem um amante que lhe pediu que jamais tente vê-lo, nem fale sobre ele com outros. Ela não o conhece, apenas pode ouvi-lo e toca-lo no escuro, a seu lado na cama.
Porém, certa noite ela desobedece a seu pedido e aproxima um candeeiro de seu rosto – e vê que ele é o próprio deus do amor, Eros!
Ele é tão belo que ela se atrapalha toda, louca de amor; sem querer inclina o candeeiro e uma gota quente cai, queimando-o no ombro, perto de sua asa.
Eros desperta ferido e, bravo, a abandona.
– “Seu castigo será minha ausência”, ele diz enquanto ela se agarra a ele, desesperada, mas não consegue rele-lo.
Ele volta para a casa da mãe, mas a ausência dela será também um castigo para ele, que não quer outra mulher. Sofre não só pela queimadura no ombro, mas também das consequências de suas próprias setas que faz as pessoas se apaixonarem, porque feriu a si mesmo ao vê-la pela primeira vez.
Assim começa a heroica jornada de Psiquê. Apesar de tê-lo visto, ela ainda não o conhece de verdade, e apenas nessa jornada vai conhecer a ele e a si mesma.