Mais sobre a Deusa tríplice
Continuando a reflexão sobre a Deusa Tríplice: muitas e diferentes tradições têm uma Deusa como essa, cuja mitologia está intimamente ligada à mitologia da Lua. A Deusa Tríplice tem três faces, que também representam as quatro fases da Lua. A Donzela ou a Virgem correspondem à Lua Crescente; a Mãe corresponde à Lua Cheia; e a Velha está relacionada com as Luas Minguante e Nova (também chamada de Lua Negra).
Não se trata de três Deusas distintas, mas sim dos três aspectos diferentes e complementares da Deusa. Ao mesmo tempo, são três e uma: metaforizam o tempo de vida de uma mulher e o ciclo lunar.
A Donzela ou Virgem/Lua Crescente é a primavera da vida, quando ainda somos mais possibilidades do que realização. O leque de oportunidades é amplo e o maior foco está no descobrir, no aprender e no experimentar. Ainda não temos muito repertório, estamos apenas começando a fazer alma. Então, quanto menos preconceitos, menos crenças rígidas, menos medo de desagradar os outros, menos apego às convenções, mais coragem de ir em busca de descobrir e de legitimar quem somos de forma mais autêntica, maiores serão as conquistas dessa fase.
Já como Mãe/Lua Cheia, outra fase da vida, precisamos estreitar esse leque de possibilidades e transformá-las em realizações. Já estamos “parindo”, criando, cuidando: de filhos, família, projetos, vocação, obras etc. Precisamos nos refinar, aprofundar, lapidar, amadurecer. E nutrir nossa alma para que ela se fortaleça e se expanda. Quanto mais comprometidas estivermos em nos tornar plenamente nós mesmas mais estaremos cumprindo as demandas dessa fase. Comumente é a fase que mais dura em nossa vida.
Como Velha/Lua Minguante e Nova, entramos na última fase, que é a culminância das duas primeiras, o tempo de colher o que plantamos e ao mesmo tempo espalhar novas sementes. É tempo de buscar mais e ao mesmo tempo ofertar sabedoria, se nossa alma já está no caminho da plenitude!
Trecho do meu livro O LEGADO DAS DEUSAS