Nanã ensina sobre a vida e a morte
Nesse dia 2 de novembro, dia de Finados, Nãna Burucu nos ensina sobre a vida e a morte.
Quando quis criar o Mundo e os Humanos, Olorum, o Senhor
do Céu, encarregou Oxalá, o grande orixá, de fazer isso. Após criar o planeta, Oxalá tentou modelar o ser humano: primeiro com o vento, mas não deu certo, porque ele logo se desfez. Tentou fazer de madeira, mas a criatura ficou muito dura; de pedra foi ainda pior! Fez de fogo, e ele se consumiu; tentou usar azeite, água, até vinho-de-palma, mas nada dava certo.
Foi então que Nanã veio ao seu socorro: apontou com seu ibiri para o fundo da lagoa e de lá retirou uma porção de lama. Entregou essa lama para Oxalá que, com ela, conseguiu finalmente modelar a mulher e o homem. Depois Olorum jogou neles seu sopro sagrado e eles ganharam vida e, com a ajuda de todos os orixás, povoaram o mundo.
No entanto, Nanã não deu a matéria para o corpo dos humanos, só a emprestou por tempo determinado; sempre chega um dia em que a quer de volta. Então todos, mulheres e homens, um dia morrem, pois seus corpos têm de retornar à terra, à natureza de Nanã Burucu.
Dessa forma, Nanã é a mãe ancestral de todos e a que traz a vida e a morte, dois opostos indissolúveis.