21/12/2012, o fim de um mundo
Que mundo é esse que vai – ou não vai – acabar?
Os crentes e os descrentes tem uma coisa em comum: ambos estão falando sobre esse mundo concreto, matéria.
Como não sou descrente nem sou crente, para mim o caso é outro: é simbólico!
Nos anos 50, quando todo mundo via disco voador por aí, Jung escreveu um livro (Um mito moderno sobre coisas vistas no céu) dando uma posição psicológica e simbólica sobre o assunto. Se vivesse hoje, aposto que estaria fazendo o mesmo com essa ideia arquetípica coletiva que tanto está dando o que falar.
Claro que agora não vou ser euzinha que vou nem chegar perto das reflexões do mestre, mas só lembrando: no fim do primeiro milênio da Era cristã, todos achavam que o mundo iria acabar.
O que acabou sim, pouco a pouco, foi a ingênua mentalidade medieval, dando lugar à nossa moderna mentalidade cientifica.
Ou seja, os mitos ou ideias arquetípicas daquela Era chegavam ao fim (na verdade se obscureciam, porque mitos não morrem, apenas perdem provisoriamente sua força).
E agora, o que chega ao fim? O que será que está para terminar na nossa civilização? Na nossa cultura? Na nossa vida pessoal? Qual mito ou mentalidade ou ideia arquetípica anuncia seu fim na sexta feira?
E como está anunciado esse fim? Pelo fim da contagem de tempo de um calendário (ou seja, uma espécie de contagem de tempo), da antiga civilização maia.
Será talvez a nossa relação com o tempo que vai terminar ou ao menos se modificar? Algo indica que sim: o ano astrológico de 2013 será regido por Saturno, ou Cronos, o Senhor do Tempo. Acaso?
Cronos – Saturno é reflexivo, de lento movimento, deus da justiça, dos limites, das restrições e dos finais. Senhor do carma e do amadurecimento, das colheitas de outono. Se por um lado devorava seus filhos, por outro presidiu uma Era de Ouro para os gregos.
Já para nossa civilização ocidental, jovem rapidíssima que não gosta de restrições de nenhum tipo e considera envelhecer sinônimo de perda de poder e de morte, a chegada desse deus pode parecer mesmo o fim do mundo!
Enfim, talvez essa sexta anuncie o fim do mundo da nossa auto imagem sócio-cultural adolescente para entrarmos no mundo dos adultos pelas mãos do Velho Sábio.
Uau!