Filme: A vida secreta de Walter Mitty
Walter Mitty (Ben Stiller, que também dirige), funcionário da seção de fotografias da revista Life, é um tímido que sonha acordado o tempo todo. Ele trabalha com originais enviados por seu herói, um tipo Indiana Jones que viaja pelo mundo fazendo o que heróis fazem: aventuras. Justo quando executivos de reestruturação aportam na revista trazendo demissões, reformulações digitais e coisas do gênero, Walter perde um importante negativo. Claro que então ele vai correr o mundo atrás do herói, repensar sua vida e seus sonhos, arranjar uma garota e intercalar o cotidiano banal com aventuras em lindos lugares exóticos.
Você já viu esse filme antes? Sim, claro. Em várias versões. Esse é o defeito dele: o argumento não foge muito do esperado. Por outro lado, o vilão é divertido (um executivo de RH topetudo e falando um chavão atrás do outro, sem sentido nenhum – a gente também já viu alguns assim, não é?), as paisagens e fotografias são espetaculares, o elenco é muito bom, com Shirley Mc Laine, Kristen Wiig. E, claro, Sean Penn como o herói aventureiro, mais ele mesmo do que nunca, o que para mim é ótimo.
Alguns estão criticando esse filme como auto ajuda ou motivacional. Não sei se é para tanto. Baseada num conto publicado em 1939 na revista “New Yorker” e famoso até hoje nos EUA, é um tema arquetípico que por isso mesmo se repete revestido de vários modos.
Em outras palavras, é uma versão light e delicada da mesma historia batida e simples, porém sempre significativa, do homem comum que se torna um herói no estilo Indiana Jones, que é o que a nossa cultura classifica como “heróico”. Bem dentro do “pare de sonhar e comece a viver”. Alguns pontos a discutir sobre isso, mas não aqui e agora.
Enfim, o esperado bem feito.
texto de Bia Del Picchia