Clarissa Pinkola Estes fala sobre intuição
A importância da intuição em nossa vida é pouco reconhecida, e talvez por isso não sabemos bem como lidar com ela, muito menos como desenvolve-la. Nesse trecho de Mulheres que correm com os lobos Clarissa traz suas estimulantes idéias sobre isso. As imagens são de obras da pintora mexicana Remédios Varo.
“Não há bênção maior que uma mãe possa dar à filha do que uma confiança na veracidade da sua própria intuição. A intuição é transmitida de pai para filho da forma mais simples. “Você tem um bom raciocínio. O que você acha que está por trás disso tudo?”
Em vez de definir a intuição como alguma peculiaridade irracional e censurável, ela é definida como a fala da verdadeira voz da alma. A intuição prevê a direção mais benéfica a seguir. Ela se auto preserva, capta os motivos e intenções subjacentes e opta pelo que irá provocar o mínimo de fragmentação na psique.
O que essa intuição selvagem faz pelas mulheres? Como o lobo, a intuição tem garras que abrem as coisas e as sujeitam; ela tem olhos que enxergam através dos escudos da persona; ela tem ouvidos que ouvem sons fora da capacidade de audição do ser humano.
Nesse sentido, ele é como os músculos no corpo. Se um músculo não for usado, ele acaba definhando. A intuição é exatamente igual: sem alimento, sem atividade, ela se atrofia.”