Heroínas do Brasil – Anésia Pinheiro Machado
Anésia nasceu em 1904, na cidade de Itapetininga, São Paulo. Desde criança ela sonhava voar!
Começou seu treinamento com os aviões em 1921, quando tinha 17 anos. Um ano depois conseguiu seu brevê de piloto. Foi a segunda uma mulher no Brasil a conseguir um, sendo a primeira uma colega que havia obtido o brevê um dia antes do seu.
Em setembro do mesmo ano, fez o voo entre São Paulo e Rio de Janeiro, em comemoração ao Centenário da Independência. Foi um vôo notável para a época dada as condições extremamente difíceis: o avião apresentava pouca segurança, houve mau tempo durante todo o percurso e durou 4 dias!
Foi um grande feito e um fato inusitado para uma mulher. Recebeu muitas homenagens e até foi cumprimentada por carta por Santos Dumont que lhe enviou uma medalha igual aquela que o acompanhava sempre.
Durante a Revolução de 1924 foi presa por ter lançado panfletos e flores sobre a cidade de São Paulo. Ficou presa um tempo e depois foi solta, ficando um tempo sem voar. Atuou no entanto como repórter, escrevendo uma sessão especializada sobre aviação no jornal “O PAÍS”, durante os anos de 1927 e 1928.
Em meados de 1939, retomou as atividades de piloto, voando a Porto Seguro para receber o grande aviador português Gago Coutinho. Em julho de 1940, recebeu a licença nº 271, do DAC – Departamento de Aviação Civil para ser piloto privado. Anésia foi, ainda, a primeira aviadora brasileira a prestar exames e a obter licença de piloto de aeronave comercial. Conseguiu ainda as de instrutor de voo, de piloto de voo por instrumentos e a de instrutora de Link Trainer, nos Estados Unidos.
Em 1951 Anésia realizou voo transcontinental em aeronave monomotora de Nova Iorque para o Rio de Janeiro.
Sua carreira brilhante foi marcada por várias homenagens, como o título de Decana Mundial da Avião Feminina.
Anésia foi pioneira em muitas coisas no mundo da aviação. Permaneceu na carreira por três décadas e até hoje é admirada no meio e é influência para as pilotas brasileiras. Ela abriu caminhos para as mulheres que sonhavam em pilotar e fazer da aviação uma profissão.
Anésia era também feminista e participou do I Congresso Feminista Internacional como delegada da Liga Paulista pelo Progresso Feminino.
Morreu em 1999, com 95 anos. Seu velório aconteceu no hospital da Força Aérea Brasileira e seu corpo foi cremado e depositado no Museu de Santos Dumont.
Próxima quarta-feira, dia 11/05, TATIANA BELINKY