Reconhecendo o caminho: Jerusha Chang, tai chi e o Tao de Pai Lin
Pessoas perguntam como reconhecer um chamado para a jornada da heroína ou do herói. Não há regras, mas pelos exemplos dos outros fica mais fácil reconhecer o nosso quando ele aparecer. A Jerusha Chang, hoje uma mestra taoísta, conta como reconheceu o seu Tao nessa parte da sua entrevista que está no nosso livro O feminino e o sagrado – mulheres na jornada do herói, link aqui. Se quiser experimentar o Tai Chi e outras artes taoistas, este é o da Jerusha: https://www.taichipailin.com.br/
“Eu acho que, realmente, meu primeiro encontro com o que poderia ser Deus foi num retiro que a gente fez lá em Campos do Jordão. Lá, tive uma grande revelação de Deus como sendo a própria natureza. Eu tinha nessa época uns 16 anos, adolescente ainda.
Depois, com a prática do tai chi com o mestre, fui descobrindo que esse Deus que eu sempre busquei estava dentro do que a filosofia do Tao colocava. A própria energia primordial criadora da vida é o Tao, é Deus na visão taoísta. É uma energia que nós temos dentro de nós, que a natureza nos dá. Todos nós temos esse potencial divino dentro de nós.
O Tao se percebe na prática, quando a gente medita, quando faz uma prática e sente Deus na gente; é essa a ligação. Então, para mim, ficou muito claro: a religião como sendo o religare, a religação, coisa a que nem o catolicismo nem o protestantismo tinham respondido. Quando comecei a acompanhar o mestre, não acompanhei mais meus pais nas reuniões da igreja, fiquei só na prática do tai chi.
Eu nunca tive dúvidas em relação a esse caminho interior. Desde que eu vi meu pai e meu irmão fazendo tai chi, e depois encontrei o mestre e essa filosofia, a identificação foi total. O mestre respondeu a todas as questões religiosas: sobre Deus, quem eu sou, de onde vim, para onde vou. Tudo foi respondido.
Quando bate no coração, a gente tem certeza de que é esse o caminho. Foi uma sensação de ter um verdadeiro encontro. Meio inexplicável em palavras.
Apesar de todos os percalços da vida, separação, dificuldades e tudo mais, eu continuei com ele, e ele me orientou em muitas outras coisas também”.