O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Quando crescer vou ser uma velha feiticeira

Outro dia rolou uma discussão no face sobre qual o pior dos termos que se usa para pessoas velhas: idosa, melhor idade, sênior, senhorinha, etc. Eu digo que velha é ótimo, velha bruxa melhor ainda e o perfeito: velha feiticeira, que traduz melhor o acréscimo de poder que a idade pode trazer se a gente entender e acompanhar bem esse fluxo. 

É que envelhecer traz umas coisas muito chatas, mas também compensações bem legais. Uma delas: ao ficar mais velha nós vamos ficando cada vez mais nós mesmas sem tantos medos de desagradar – e ao mesmo tempo, justamente por causa do tempão em que estamos sendo e vendo tantas coisas, somos de certa forma mais universais. As vezes, no meu melhor, me sinto meio assim:

 

Sou uma velha xamã, morro e renasço dezenas de vezes

Sou a velha bruxa Baba Yaga, apago meus rastros com uma vassoura

Sou a velha Santa Ana, avó de maravilhas que estão por vir

Sou a velha Nanã, minha alma dança ao som de atabaques

Sou a velha Eremita do Tarô, solitária levo uma luz que ilumina o caminho 

Sou uma velha chinesa, I Ching é meu tio

Sou uma velha dervixe, giro em torno do Grande Eixo Cósmico

Sou uma velha meditante, desço às minhas profundezas para buscar o Mais Alto

Sou uma velha buscadora, voo por céus habitados por deuses antigos

Sou uma única velha, sou muitas velhas no cristal onde me miro

Sou uma velha mulher, sou todas as mulheres

Sou velha como o mundo, sou o mundo

 

PS- …. e adoro quando me dão lugar no metrô kkkkk

 

Post dedicado a minha amiga Sandra Shamas

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