O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Uma pequena historinha ou como nossa alma sabe…

Foi em meados da década de 1990…estava desempregada, minha grana terminando, uma filha para criar,  vontade menos que zero de voltar para o mundo mundo corporativo, mas “era o que tinha para hoje”, como se diz atualmente; tinha que ganhar a vida. 
Fui chamada para um processo seletivo de uma grande empresa; eramos cerca de 20 candidatas e candidatos para uma vaga. Começou a seleção de uma forma inusitada: cada um de nós recebeu uma tirinha de um recorte de jornal com uma frase. Em cima dessa frase deveríamos criar uma apresentação individual, de no máximo 3 minutos, onde discorreríamos sobre ela. A minha foi HOJE É O DIA. Lembro que nos deram 30 minutos para fazer isso e depois iniciaríamos as apresentações. 
Foi então que me aconteceu algo bizarro: meio que “baixou em mim” uma espécie de poesia que escrevi quase que direto, sem pensar, sem interrupções, sem dúvidas, sem hesitação: veio pronta! Na hora da apresentação apenas li o que tinha escrito. 
Foi surpreendente para as pessoas, foi até meio estranho, todos falando de RH, liderança, desenvolvimento, negócios e por aí afora e eu com aquele texto meio esquisito, mas… consegui a vaga (claro que passando depois por outras etapas seletivas). 
Fiquei nessa empresa por quase 10 anos, até poder mudar totalmente de vida e ter a vida que tenho hoje, a MINHA vida. 

Há pouco tempo, remexendo em papéis antigos, me deparei com esse texto, escrito a mão naquele dia,  e vi que toda a enorme mudança que faria na minha vida já estava ali, em gestação. Foi forte reler isso quase 20 anos depois e ver que minha alma já estava tecendo seu futuro. Era como se ela soubesse e estivesse me contando do salto no escuro que eu daria muitos anos depois. 
Resolvi então postar o que escrevi naquele longinquo dia, para mostrar que, muitas vezes, existe um processo interno sútil, mas poderoso, que guia nossos passos no caminho da busca da nossa essência. 
A ilustração acima faz parte de um desenho que fiz, no começo da década de 2000 e também, de uma forma simbólica mostra essa minha alma me guiando!

HOJE É O DIA
É o dia, hoje é o dia
O tempo está suspenso, o espaço é aqui, o momento é agora
Hoje é o dia
Nada mais pode ser velho, nada mais pode ser o já visto, o antigo já não serve mais
Hoje é o dia, é o dia
A mudança tem que começar, o novo está a caminho, é preciso se preparar
Mas…não existe mais tempo, o tempo está suspenso, o tempo se precipita
Hoje é o dia, é o marco, é a marca, hoje é o dia
O coração bate forte, a respiração se suspende, o momento está chegando
Hoje é o dia, é o dia
É preciso pensar diferente, é preciso sentir diferente, é preciso agir diferente
O passado não serve como modelo; não existe mais modelo
É como andar num fio lá no alto, sem saber o que existe embaixo
É preciso destreza, é preciso humor, é preciso amor…e um pouco de fé
Porque hoje é o dia, é o dia
Não existe mais apelação para o conhecido: a transformação urge!
O novo é urgente, o novo é imprescindível, o novo é sobrevivência, o novo é vivência, o novo é VIDA!
Hoje é o dia, é o dia, é preciso inventar o futuro, hoje! 
Hoje é o dia!

O “dia” demorou um pouco a chegar, mas CHEGOU  e hoje vivo o futuro, que é meu presente,  que “inventei” para mim, para dar conta das demandas da minha alma!

Texto e ilustração de Cristina Balieiro

2 comentários

  1. Que belo poema Cristina. É um chamado.
    Fico feliz que o tenha atendido.
    Ótima semana!
    Bjs

  2. Demorou um pouco, mas valeu a pena, Cristiane. Obrigada pelo seu comentário! Bjs

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