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Um “bom” casamento pode ser um “mau” casamento


A gente acha que um bom casamento é quando encontramos o parceiro(a) que nos complementa tanto que parece ser nossa outra metade, que nos suporta onde somos falhos e vice versa. Será mesmo?
O psicólogo James Hillman enxerga diferente: No casamento, temos a chance de viver a união dos opostos e cultivar eros todos os dias. Um bom casamento significaria uma boa união. Mas isso está especialmente reservado para aqueles casais nos quais cada membro se encaixa perfeitamente nas falhas um do outro.
Um “bom” casamento se dá, então, pela anulação do crescimento total do indivíduo. 
Esse tipo de união impede o desenvolvimento, pois o parceiro não deixa o outro preencher suas lacunas por seu próprio crescimento individual (“ela já está lá, à minha frente, como de hábito demonstrando a sua competência”).
No casamento, duas metades não fazem um inteiro. Assim, muito dificilmente poderá existir um “bom” casamento se antes não existir um casamento “ruim”, isto é, uma união onde o processo individual em direção à totalidade frequentemente produza necessidades contrárias à imagem costumeira de um “bom” casamento.”*
Ou seja, vendo a vida como uma jornada em direção à própria totalidade, um bom parceiro(a) será um bom companheiro(a) de viagem, não um guia protetor ou maternal que nos acomodará em alguém menor do que podemos ser…   
* Uma busca interior em psicologia e religião, James Hillman, Ed Paulinas, coleção Amor e Psique.

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