O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Sobre algumas dádivas do envelhecer


Há alguns dias atrás eu e a Bia recebemos um lindo email de uma moça brasileira de 30 anos, atualmente morando na Europa. Ela escreveu para nos agradecer e contar que descobriu nosso site e o lê sempre no final do dia quando já fez tudo o que tinha que fazer; então senta para fazer sua leitura de nossos posts. E que, através dessas leituras perdeu o medo de envelhecer que tem desde os 15 anos! Descobriu, nas palavras dela, que “ a velhice também traz coisas maravilhosas”. E ainda falou outras coisas MUITO bacanas sobre como nossos posts estavam impactando a ela. Suas palavras nos deixaram muito emocionadas e felizes.

Lembrei também, como há uns dois anos atrás foi meio estranho, engraçado e ao mesmo tempo legal ser chamada de anciã no Facebook por essa linda garota que eu abraço ao lado, nossa leitora. Ela escreveu junto com a foto: “Gratidão máxima por essa anciã!!!!! Ganhei meu final de semana com o livro “O feminino e o Sagrado: Mulheres na Jornada do Herói”.

E semana passada fui fazer uma roda de conversa com mães e seus bebês no lindo projeto LITERATURA DE BERÇO, coordenado pela Cassia Maria. Levei meu livro – O legado das deusas – para dar de presente para as pessoas que estivessem lá. Fui contar alguns mitos de Iemanjá e falar sobre eles focando na maternidade, já que Ela é uma Grande Mãe.

Havia lá uma garotinha de uns 6/7 anos que prestava atenção no que eu falava, apesar da minha fala ser dirigida às mulheres adultas. E quando dei os livros ela se apropriou do  dado à sua avó: parecia ter gostado muito do baralho que o acompanha. Quando terminei de falar e estava sozinha ela se aproximou de mim e me perguntou se era eu quem tinha desenhado o baralho. Falei que sim e ela perguntou se também eu tinha escrito o livro. Quando disse que sim ela me olhou como se eu fosse uma espécie de fada-madrinha e exclamou: “ Então você é uma autora”?!?! E aí me disse que quando crescesse também queria ser uma autora e queria escrever e desenhar seus livros. Que por enquanto ela era só uma menina que sabia e gostava de fazer doces: e nós duas concordamos que saber fazer doces também era uma coisa  muito especial! E me pediu uma dedicatória e um autógrafo. Conforme ia escrevendo ela me pedia para ir lendo o que escrevia porque, como me contou, estava começando a aprender a ler e só conhecia bem as letras de forma! Eu disse que achava muito bom ela se tornar uma autora e que gostaria muito que ela me convidasse para o lançamento do seu livro. Ela disse que me convidaria claro, mas que antes queria  me convidar para a festa do seu aniversário que seria dali há alguns dias. E abraçadinha com o livro me falou que ia pedir para a professora ler aqueles  mitos para sua classe. Quase 60 anos nos separam, mas naquele momento eu era tão menina quanto ela e ela era tão velha quanto eu! Foi uma conversa absolutamente encantadora entre duas mulheres que se entendiam!

Servir, de alguma forma, de inspiração para mulheres jovens e até para meninas me traz sentimentos de honra e gratidão e aquece meu coração. Envelhecer pode ser ótimo! Obrigada queridas Andreia, Karina e Catarina por tornar isso tão palpável para mim.

9 comentários

  1. Andreia disse:

    Emocionada com suas palavras, mais uma vez Cris! O trabalho de vocês é maravilhoso, e sim, transforma nossas vidas. Beijos e gratidão.

  2. Katia Maia disse:

    Olá , boa noite. Amo que leio nesse maravilhoso espaço! Quando estava completando 60 anos me presenteei com o livro de vocês sobre a Jornada do Herói. E o fiz por achar (o que confirmei depois de ler) que com ele eu faria uma maravilhosa viagem comigo mesma. E até hoje, faz quase 7 anos, continuamos a viajar!
    Gostaria de saber expressar melhor tudo o que esse livro significa pra mim. Mas não sei como. Então, digo que a minha jornada, agora que envelheço, continua. A cada dia descubro uma novidade em mim e isso tem sido uma viagem ,na maior parte do tempo, muito prazerosa. Claro que há dias de ventos e tempestades, de vales profundos e picos altos, mas também por esses dias, agradeço!
    Sou muito grata pir vocês terem me ajudado a viajar em mim!
    E esse artigo fala muito de mim também. Gratidão por tudo!

    1. crisbalieiro disse:

      Katia e Andreia, beijos, beijos, beijos!
      Cris

  3. Maria Soares disse:

    Cristina que prazer em reencontra-la, parabéns o trabalho de vocês traz forma minha forma de pensar e agir a cada dia, a cada postagens de vocês.
    Bjs.
    Saudades
    Att: Maria Soares, poralguns anos companheira de sua Mãe saudosa Gilda imediato Balieiro.

    1. crisbalieiro disse:

      Maria, obrigada pela menção da minha mãe! Obrigada querida!
      Bjs

  4. Nossa, Cris, até chorei de emoção….Que profundidade esses encontros têm!
    Bjs

    1. crisbalieiro disse:

      Oi Cris querida, também fiquei muito tocada por essas “meninas” e a Catarina foi um “petardo” no meu coração: de verdade!
      Bjs

  5. Wanice disse:

    Simplesmente amei…
    Que privilegiadas nós somos!
    Bjs, querida!

  6. crisbalieiro disse:

    Sim, Wanice, somos mesmas!
    Bjs

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