O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Resolvendo conflitos com o yin-yang

Duas coisas absolutamente diferentes não se relacionam. Elas nem sequer entram em conflito, justamente porque não têm nada em comum. É como dois planetas distantes no espaço cósmico: não há influencia de um sobre o outro.
Então, quando ocorre um conflito entre duas pessoas, existe algo em comum entre elas.

Por exemplo, suponha que divido um quarto com uma irmã bagunceira.
Eu faço questão de ter tudo absolutamente em ordem, e nós duas brigamos por causa disso.
Esse conflito surge por que somos diferentes?
Não, pelo contrário! Para nós duas a ordem e a desordem é uma coisa importante, e a vida está exigindo, através do compartilhamento do mesmo quarto, que essa questão seja tratada. Se não fosse importante para ambas, não brigaríamos por causa disso.

É aqui que entra a figura acima, dos dois peixes do Yin-Yang.
No lado branco existe um ponto preto, e no lado preto existe um ponto branco.
Isso indica justamente o ponto em comum que existe entre duas pessoas em conflito.

No caso: será que eu não faço um pouco de bagunça também? Será que eu tenho medo de ser tão bagunceira que não me permito fazer nem um pouquinho de bagunça?
Será que no fundo eu não acho que tenho que dar uma relaxada na ordem que me imponho?
E quanto a ela, será que quer ser ordeira e não consegue?
Será que, no fundo, ela acha tão bacana ser ordeira que tem inveja de mim, que consigo ser?

Então, se reconhecermos o ponto em comum, por menor que seja (minha irmã admite seu ladinho ordeiro e eu o meu bagunceiro), ele será uma ponte para a mudança da relação, e do conflito do par de opostos vai sair algo criativo.
Nos dois peixes do Yin-Yang, a figura vai rodar em torno desses dois pequenos pontos.
Na vida, as coisas vão andar e se resolver em torno da empatia e identificação com o que nos é aparentemente oposto e diferente.
Então, viva a diferença!

Essas idéias foram inspiradas num workshop de Lais Wollner, uma física brasileira que vale a pena conhecer. 

Texto e criação gráfica de Beatriz Del Picchia, desenhos Cristina Balieiro

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