Quando perder é ganhar: uma historia real do mestre sufi Hazrat Inayat Khan
Descobri este inspirador musico e místico sufi, que ando lendo sem parar. Ele nasceu na Índia em 1882 e imigrou para os EUA, onde criou uma ordem com muitos seguidores. O trecho de sua vida que trago hoje mostra como ele fez uma grande mudança que acabou por transforma-lo num grande mestre, tudo por causa de uma perda inesperada.
Hazrat era um jovem musico de grande sucesso na Índia. Tocava para marajás, ganhou muitos prêmios – era tipo um pop star de hoje. Mas certo dia pegou um taxi e lá esqueceu suas valiosas e na época irrecuperáveis coisas. Nas palavras dele:
“Para meu assombro e horror, todas as medalhas e condecorações que eu havia colecionado como símbolo do meu sucesso profissional e que para mim era motivo de orgulho, pois foram ganhas com muito esforço e eram fruto de muitos anos de constantes viagens de um lado para outro, foram-me arrebatadas num só instante, para sempre.
Num momento de distração deixei-as num carro, que não consegui jamais encontrar. Em substituição ao desapontamento que a principio me oprimiu, tive uma revelação de Deus, que tocou minha mente e abriu-me os olhos para a verdade. Disse para mim mesmo:
– “Não importa quanto tempo levou você para ganhar aquilo que não lhe pertencia e que chamava de seu. Hoje você compreende que essas coisas não mais lhe pertencem. O mesmo acontece com tudo que você possui na vida: suas propriedades, seus amigos, suas relações, até seu corpo e sua mente. Tudo que você chama de “meu”, por não ser verdadeiramente propriedade sua, deixá-lo-á. Só aquilo que você chama de “eu”, que é completamente separado de tudo que você chama de “meu”, permanecerá. Por que você não prossegue e luta pelo que vale a pena lutar na vida? Por que não alcança você então a verdadeira gloria, ao invés de desperdiçar suas valiosas oportunidades em vã avidez por fortuna, fama, reputação e honrarias mundanas, que hoje estão aqui e amanhã serão esquecidas?”
Ajoelhei-me e agradeci a Deus a perda, e fui em busca da filosofia, visitando todos os místicos que podia nas diversas cidades da Índia. Viajei por florestas, montanhas e margens de rios, à cata de místicos e ermitões, tocando e cantando para eles até que me aceitassem como companhia. … e cujas bênçãos obtive através de minha arte.”
Este vídeo é uma composição de Gregory Blann, que musicou um poema dele, chamado A Visão Gloriosa. Os livros de Hazrat chamam-se A mensagem sufi, com vários volumes; estão esgotados mas podem ser encontrados em sebos.
texto de bia del picchia
Oi Bia,
Lindo trecho você escolheu, tenho um livro dele que considero uma preciosidade. Realmente ele foi um iluminado.
Bjs querida e ótima semana
Ele ilumina quem o conhece!
beijo, otima semana para vc também