O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

Peter Pan e as Sombras femininas coletivas


Peter Pan era um garoto sem sombra porque a sua havia se descolado dele. Wendy costurou a sombra em seu pé e assim começou a amizade entre os dois. Mais tarde, talvez essa sombra tenha se descolado de novo e, como Wendy não estava mais por ali, Peter ficou sem ela e assim jamais cresceu. Ninguém escapa de ter de lidar com sua sombra se quiser crescer.

Porém, a coisa é diferente quando costuram imensas sombras nos pés da gente: as sombras coletivas. Sombras coletivas são, por exemplo, aquelas ideias e definições que nos incutem desde criancinhas a respeito do que é o feminino e o masculino. Ideias do patriarcado, antinaturais mas muito antigas. Tanto que, apesar de serem absurdas, estamos tão acostumadas com elas que parecem “naturais”. Puxamos essa escuridão atrás da gente até o dia em que olhamos para trás e pensamos: por que essa sombra é tão grande?

Nos círculos de mulheres, as sombras coletivas femininas aparecem de várias formas. Elas atrapalham, mas ao mesmo tempo ali é um lugar de cura para elas. Se as projetarmos todas para o centro do círculo, podemos fazer o oposto do que Wendy fez e “recortar” as sombras que não são nossas de verdade. E assim crescemos, coletivamente e em irmandade.

Trecho do livro CÍRCULOS DE MULHERES – AS NOVAS IRMANDADES

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