O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

O humor nosso de cada dia

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Assisti a um filme chamado SIMPLESMENTE FELIZ (bem legal, recomendo).
Uma moça engraçada e feliz tem aulas de direção com um instrutor mau humorado e reclamão. Certa hora, a moça pergunta para ele:
Deve ser difícil ser você, né?

Tem gente que o simples ser quem é já é um problema.
Outros deslizam pela vida como se os problemas não os tocassem.
Diz a psicologia e a neurociência que a diferença entre eles pode ser hormonal, neurológica, psicológica ou os três, e que os dois tipos crônicos, o bem e o mau humorado, são assim devido aos seus condicionamentos.

Se por um lado o mau humor constante é muito desagradável, por outro lado ele nos dá informações importantes, como pistas, sobre coisas que não estamos querendo enxergar (por exemplo, pode indicar uma doença).
E o eterno bom humor pode ser apenas uma fuga, futuramente desastrosa, dos sentimentos negativos que tem de ter expressão na nossa vida.

Sendo assim, acho que a questão mais importante nesse assunto é:
– Como estamos lidando com as flutuações de nosso humor? Como ele se apresenta e o que fazemos com isso?

Num conto budista, uma moça contou a seu Mestre que sentou o guarda chuva na cabeça de um homem que mexeu com ela, e perguntou se tinha agido errado ao cometer essa violência. O Mestre respondeu:
Depende. Você fez isso levada pela raiva ou de propósito, para dar uma lição no sujeito?

Ele quis dizer que o que vale é o grau de consciência que ela teve no caso.
Ou seja, a capacidade de dar uma paradinha no meio da circunstancia interna e externa em que se está metida, não se deixando levar passivamente por ela, mas sendo cada vez mais o agente da própria vida.
Inclusive quando se trata do humor nosso de cada dia.

Claro que manter o mundo interno confortável e estável é coisa para Mestre Zen e não para nós, que ainda estamos em Jornada, mas para os casos leves eu deixo aqui uma receitinha que geralmente funciona comigo.

Quando vou para o trabalho de mau humor, tipo numa segunda feira brava como essa, e estou querendo ficar de bom humor para aproveitar melhor o calor do sol de inverno e a paisagem da janela, coloco o cd do Jorge Ben Jor, OS ALQUIMISTAS ESTÃO CHEGANDO OS ALQUIMISTAS, onde entre outras tem essa maravilha, O HOMEM DA GRAVATA FLORIDA: “Por onde anda e passa nascem flores e amores… é um jardim suspenso dependurado no pescoço do homem simpático e feliz…”

E quase sempre dá certo: juro que já vi nascerem flores e amores bem no meio da congestionada Avenida Consolação.
 Texto de Beatriz Del Picchia

2 comentários

  1. Mit Mujalli disse:

    Viva Bia e eu ja vi a via lactea do Matutu na paulista em frente o MASP…será tambem minha mente fazendo é arte?
    saudades…

  2. Mit, a mente de um musico como você SEMPRE faz arte…! bjs

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