O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

O Feminino e os Livros: NOSSA SENHORA DA SOLIDÃO

Segundo livro indicado em janeiro, mais um livro que li durante minhas pequenas férias entre final de dezembro e comecinho de janeiro, mais um de puro prazer. 
Como já disse em outros posts ADORO livros policiais! Eles me distraem, acalmam, fazem minha cabeça voltar ao lugar quando ela está voando meio sem rumo, enfim são meu prozac literário. 

Depois dessa introdução fica óbvio que vou indicar um livro policial, mas que também trata do feminino. É NOSSA SENHORA DA SOLIDÃO, da chilena Marcela Serrano (de quem já indiquei um livro aqui). 
Saiu na, para mim, gloriosa Coleção Negra da Editora Record, dedicada aos grandes mestres da literatura policial. Foi publicado em 2003. Aliás, Marcela Serrano é a única escritora latino americana a ter um livro nessa coleção. 

NOSSA SENHORA DA SOLIDÃO conta a história de Carmen Ávila, uma escritora que, sem razão aparente, desaparece. Para trás, deixa o marido, um homem mais velho e poderoso, e a vida razoavelmente protegida. Insatisfeito com a incompetência da polícia local, que nada descobre sobre o sumiço, o marido resolve contratar um detetive particular. Entra em cena Rosa Alvallay, divorciada, com 54 anos, dois filhos, um exílio às costas e um novo caso nas mãos. 

As pistas são os três homens da vida de Carmen: seu marido, um esquivo escritor mexicano e um guerrilheiro colombiano. Há, ainda, uma frase escrita às pressas, antes do desaparecimento – “Sinto-me como uma princesa num minarete” – e os livros de Carmen, onde Rosa descobre padrões comportamentais que podem ajudar na busca. 
Partindo desses poucos dados, Rosa busca a verdade sobre Carmen. 

Através dessa procura, Marcela Serrano discute os aspectos da solidão da criação literária, da condição feminina e da necessidade, muitas vezes visceral, de mudar tudo na vida. Tanto Carmen como Rosa são personagens femininos fascinantes. 

Como se trata de um romance policial esse post vai ser muito menor que os outros, porque contar mais coisas, é tirar da leitora e do leitor o prazer de ir devagar descobrindo os mistérios e os porquês inerentes a esse gênero literário. 

O que posso dizer é que já li inúmeros livros de mulheres mestres em romances policiais, começando por Agatha Christie, cujos livros devorava na adolescência, P. D. James, Donna Leon, Patricia Cornwell (amo seus livros, especialmente os primeiros), a sueca Camilla Lackberg e por aí vai. Mas nunca tinha lido um policial tão feminino! Gostei demais e adorei o final! Sem dar pistas, o livro termina com Rosa, a detetive dizendo: 

“E depois. Depois seja o que for”.

Texto de Cristina Balieiro

1 comentário

  1. Ana Carla disse:

    Vou "ter" que ler! Rs… Sempre adoro suas dicas!

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