O Feminino e o Sagrado um jeito de olhar o mundo

O Feminino e os livros: COMER, REZAR, AMAR

COMER, AMAR, REZAR foi escrito por Elizabeth Gilbert e lançado no Brasil pela Editora Objetiva em 2008. Talvez essa indicação seja polêmica, porque esse livro é um “baita” best-seller mundial e virou um filme hollywoodiano com a Julia Roberts e o maravilhoso Javier Barden. E ele é escrito com aquele humor americano, com uma certa auto gozação e tratando com leveza mesmo temas pesados. Mas acho que condenar um livro só por isso é bobagem. O livro é MUITO, MUITO melhor que o filme: o filme é uma comédia romântica, o livro não! Gilbert trata temas difíceis com leveza, mas não com superficialidade! 

 O livro conta a ano em que passou viajando para descobrir a si mesma após um divórcio muito difícil, um caso de amor desastroso e uma profunda depressão. É dividido em 108 capítulos, como as 108 contas de um japa mala: 36 para cada país. 
Ela passa 4 meses na Itália – o COMER, 4 meses na India – o REZAR e 4 meses na Indonésia, onde vai na verdade buscar o equilíbrio entre a prazer e a devoção e acaba encontrando um amor, daí o AMAR. 

Na Itália (que é a primeira parte e a que eu gosto mais) ela vai reaprender o prazer de viver, que havia perdido devido a suas experiências amorosas e a seu modo de funcionar. Ela faz observações muito interessantes de como americana, não sabe usufruir dos prazeres simples do viver, do dolce far niente italiano, que só sabe focar no dever, no trabalho ou no entretenimento. Sempre no fazer, sempre na ação. Além disso é uma “viciada” em envolvimentos amorosos e não sabe ficar sozinha e bem. Por isso ela se coloca um celibato forçado e vai buscar o prazer na maravilhosa comida italiana, no aprendizado da lingua que acha maravilhosa e nesse far niente, no relaxar e no prazer de estar viva por si só. Entra na Itália deprimida e esquelética como ela mesma se descreve e sai bem e 10 kilos mais gorda – como diz, se ampliou! 

Na segunda parte conta sobre os quatro meses seguintes em que ela viveu em um ashram na Índia. Na verdade ela tinha programado passar 6 semanas no ashram e depois o restante do seus 4 meses viajando pela Índia, visitando seus templos e buscando conhecer seus “homens santos”, mas acaba decidindo permanecer lá. É um tempo em que ela luta com seus demônios internos, briga com sua sombra, ao mesmo tempo que busca Sentido, Significado e Deus! Apesar de poder parecer muito denso ela escreve de forma divertida e agradável. Suas “brigas”com a meditação e com alguns rituais do lugar são engraçadas e a paz interna e o apaziguamento que ela vai conseguindo, mesmo que a duras penas são bem legais. 

A última parte, Bali ( Indonésia) é a mais divertida e a mais surreal. Fala de Bali e sua estranha cultura, do encontro com o encantador xamã que a fez na verdade entrar nessa jornada meio maluca, de um encontro com uma irmã de alma balinesa, mas meio “trickster” e do seu reecontro com o Amor na figura de um brasileiro que depois se torna seu marido. É legal e bem doida essa parte! 

Para mim esse livro é um belo relato de uma jornada em busca de sí mesma! Recomendo deixarem os preconceitos de lado ( se o tiverem) e embarcar na viagem tão bem vivida e escrita por Liz Gilbert!

 

Texto de Cristina Balieiro

2 comentários

  1. Anônimo disse:

    Recebi esse livro de presente, dois tres anos atrás. Li algumas paginas, por qualquer razão parei. Está em lista de espera em terceiro lugar. Com esta dica, sou menina, para o ler em primeiro. Acabei de ler um livro de contos de Tchékhov e achei comovente. No prefacio diz assim « Tchékov escrevia livros tristes para pessoas alegres; quero dizer com isto que só um leitor com sentido de humor será capaz de sentir a fundo a trsteza deles.»

    F.M.

  2. F.M., não e Tchékov, nem se pretende grande literatura, é só uma boa história bem contada. E, no meu entender saborosa de ler. Espero que goste.
    Abc
    Cris

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