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MULHERES MARCANTES: Pearl S. Buck (1892/1973)

Pearl Sydenstricker Buck, também conhecida por seu nome chinês, Sai Zhen Zhu, foi uma escritora norte americana, ganhadora do Prêmio Nobre de Literatura. 

Filha de um missionário presbiteriano, que dedicou muitos anos de vida à tradução da bíblia da língua grega para a chinesa, aos 3 anos de idade, foi levada pelos pais para a China. Educada pela mãe e por um professor particular chinês, estudioso do confucionismo, aprendeu este idioma antes do inglês. Em 1907 foi enviada para um colégio interno em Xangai, onde estudou até 1909. 
Seguiu-se um período em que colaborou com uma associação de refúgio e apoio a prostitutas e escravas sexuais chinesas.

Viajou depois para os Estados Unidos da América, com o intuito de prosseguir a sua educação, estudando Psicologia no Randolph-Macon Woman’s College da Virgínia. 
Formada, volta à China em 1914 para lecionar e, três anos depois, casa-se com o agrônomo-missionário John Buck. Passou então a trabalhar com o marido, viajando pelas áreas rurais como sua intérprete e desempenhando também as funções de professora. 
O casal mudou-se para Nanquim no início da década de 20, onde Pearl Buck trabalhou como professora universitária das cadeiras de Literatura Inglesa e Norte-Americana. Publica seus primeiros artigos e histórias sobre a China em revistas norte-americanas a partir de 1923.

Em 1924 regressou aos Estados Unidos, em busca de auxílio médico especializado para a sua filha mais velha que sofria de uma deficiência mental. Ficou lá um tempo, estudou também e em 1926, recebeu o mestrado em Literatura pela Universidade de Cornell. 
O casal retornou à China no ano seguinte, mas teve que ir pouco depois para o Japão e de lá para os Estados Unidos, em consequência da eclosão da Guerra Civil Chinesa. 
Nunca mais voltou à China! 

Em 1930 publicou o seu primeiro romance, Vento Leste, Vento Oeste, bem acolhido pela crítica. Em 1931 publica A Boa Terra, romance original por conseguir conciliar uma prosa de tom bíblico com a estrutura das sagas narrativas chinesas. 
A obra vendeu 1,8 milhão de cópias somente no primeiro ano e, por ela, recebeu o Prémio Pulitzer em 1932. 

Em 1935 divorciou-se do primeiro marido para casar com o seu editor, Richard Walsh. No ano seguinte, foi nomeada membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano.

Escreveu mais de 100 livros e várias novelas de rádio e em 1938 tornou-se a primeira mulher norte-americana a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. 
A China a marcou sensivelmente e a cultura chinesa está presente na maioria de suas obras. 

Pearl S. Buck também advogou pelos direitos das mulheres e pela igualdade racial, bem antes dos movimentos dos direitos civis, nos Estados Unidos. Fundou e dirigiu o “Movimento de Auxílio à China”. Ela ajudou a tornar a China mais compreensível para os ocidentais. 

Depois da II Guerra Mundial cria, junto com o segundo marido, a Fundação Pearl S. Buck, de auxílio às crianças ilegítimas de soldados norte-americanos que serviram em países asiáticos. 

Após a morte de Richard Walsh, Buck deu início a uma relação com Ted Harris, um professor de dança cerca de quarenta anos mais jovem, e que veio a tomar conta da Fundação Pearl Buck. 

Morreu em 1973, aos 80 anos em Vermont.

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