Junguianos falam – Aniela Jaffé
Aniela e Jung |
(…) algo muda efetivamente com a ampliação da consciência: perde-se a ingênua segurança nos juízos de valor corrente. Fora da esfera das exigências morais evidentes por si mesmas, desaparecem os contornos definidos do “bem” e do “mal”; em última instância, reconhece-se que não há nenhum bem que não possa causar mal, e mal algum que não possa causar bem. Além disso, bem e mal não são absolutos, mas julgamentos humanos dependentes da cultura e da religião e do sentimento de valor que nos são inculcados. Em consequência dessa relatividade e incerteza, a solução de um conflito moral não pode mais ser decidida exclusivamente pela consciência, nem pelo código moral tradicional; a voz interior tem também que ser ouvida, e levada a sério a reação do inconsciente. A responsabilidade individual é devida, de fato, ao mundo exterior, tanto quanto ao mundo interior e sua mais alta autoridade, o Self.
O MITO DO SIGNIFICADO – pág. 98