Jung fala sobre as mandalas e o Self
Obrigado a viver, eu mesmo, o processo do inconsciente, tivera que me abandonar inicialmente a esse fluxo, sem saber para onde teria seria levado. Só quando comecei a pintar as mandalas vi que o caminho que seria necessário percorrer e cada passo que devia dar, tudo convergia para um dado ponto, o do centro. Compreendi sempre mais claramente que a mandala exprime o centro e que é a expressão de todos os caminhos: é o caminho que conduz ao centro, à individuação.
Tinha o claro pressentimento de algo de central e, com o tempo, adquiri uma representação viva do Self. Ele me parecia como a mônada que sou e que é meu mundo. A mandala representa essa mônada e corresponde à natureza microcósmica da alma.
De 1918 a perto de 1920, tornou-se claro para mim que a meta do desenvolvimento psíquico é o Self. A aproximação em direção a esse último não é linear, mas circular, isto é, “circum-ambulatória”. Uma evolução unívoca existe quando muito no princípio; depois, tudo não é mais que referência ao centro. Compreender isso deu-me firmeza e, progressivamente, restabeleceu-se a paz interior. Atingira, com a mandala – expressão do Self – a descoberta última a que poderia chegar. Alguém poderá ir além, eu não.
MEMÓRIAS SONHOS REFLEXÕES – pág. 174