Joseph Campbell fala sobre as guerras religiosas e nacionalistas
Nas ultimas décadas do século passado havia guerras envolvendo motivos religiosos e nacionalistas. Passados tantos anos, o que mudou? Mudou apenas o alcance e poder das armas, que aumentaram causando mais danos do que antes, como a gente pode acompanhar pelo noticiário dessa semana.
Então, Campbell segue atual e traz ideias que podem nos servir de guia. Seguindo essa ideia que trago hoje, entendo que poderíamos dizer que não apenas o Brasil é nossa pátria, mas que todas as pátrias são nossas. Que não apenas uma crença espiritual é valida, mas que todas as crenças têm valor. Que nacionalismos exagerados e verdades espiritualistas absolutistas são fronteiras e delírios egóicos que só servem para fazer guerras cada vez piores…
Veja nas suas palavras tiradas do livro O poder do mito, Ed Palas Athena:
“MOYERS: Enquanto estamos aqui sentados, conversando, acontecem histórias, umas após outras, de carros cheios de bombas, em Beirute – de muçulmanos contra cristãos, de cristãos contra muçulmanos, de cristãos contra cristãos. Ocorre me que Marshall McLuhan estava certo quando disse que a televisão transformou o mundo numa aldeia global – mas ele não sabia que a aldeia global viria a ser Beirute. 0 que isso lhe diz?
CAMPBELL: Diz que eles não sabem como aplicar suas idéias religiosas à vida contemporânea e aos seres humanos em geral, não apenas à sua própria comunidade. É um terrível exemplo do fracasso da religião em conviver com o mundo moderno. Essas
tradições estão decidindo tudo pela força. Elas se desqualificaram para o futuro.
MOYERS: De que espécie de novo mito você acha que precisamos?
CAMPBELL: Precisamos de mitos que identifiquem o indivíduo, não com seu grupo
regional, mas com o planeta…”
post de Bia Del Picchia