Jardim Zen para perfeccionistas
Quando vi o tapete de flores que as arvores estão deixando pelas ruas de São Paulo, lembrei-me deste conto Zen. Já ouvi gente falar que tem que derrubar árvores (e às vezes fazem mesmo isso) porque “sujam” as calçadas de folhas e flores. Será que o ideal delas é um mundo “perfeito”, “limpo”, asséptico como um corredor de hospital?
Enquanto ele trabalhava, o velho mestre observava com interesse de cima do muro que separava os templos. Quando terminou, o monge afastou-se um pouco para admirar seu trabalho.
“Não está lindo?” ele perguntou, feliz, para o velho monge.
“Sim,” replicou o ancião, “mas está faltando algo crucial. Me ajude a pular este muro e eu irei acertar as coisas para você.”
Após certa hesitação, o monge levantou o velho por sobre o muro e pousou-o suavemente em seu lado. Vagarosamente, o mestre caminhou para a árvore mais próxima ao centro do jardim, segurou seu tronco e o sacudiu com força. Folhas desceram suavemente à brisa e caíram por sobre todo o jardim.
“Pronto!” disse o velho monge,” agora você pode me levar de volta.”