Campbell traz um ritual de desapego para as mães
Ser mãe não é fácil, como sabemos. Exige muito da gente (entre outras coisas virar adulto de verdade, coisa nem sempre realizada), mas as compensações também podem ser grandes. E há mulheres que tem vocação e outras que não tem. Assim como há filhos que não tem vocação para filhos…
Uma das coisas difíceis para as mães é desapegar quando seus bebês viram adultos. Joseph Campbell dá umas ideias sobre isso no livro Mito e Transformação (Ed Ágora, p. 175). A ilustração é um quadro de John Gannam, colhido em www.iamachild.wordpress.com. Feliz Dia das Mães!
“Em nossa cultura, uma mãe possessiva é um peso demasiado na vida de um jovem. (…). Em Bengala, faziam um ritual de desapego para mães, que se realiza ao longo de anos.
O guru pede á mãe que lhe dê alguns objetos de valor. Começa por joias, passa por alimentos que ela deve abrir mão e assim por adiante. Aos poucos, a mãe vai aprendendo a desapegar de seus filhos, até que quando ele fica grande ela está pronta para deixa-lo ir.
A mãe precisa aprender a renunciar àquilo que ela mais preza. E chega o momento em que o garotinho dela não é mais um garotinho, é um homem, e aí ela terá aprendido a dizer: a coisa mais preciosa da minha vida pode ir embora. Este é o rito de iniciação da mulher: o desapego.”
Post de Bia Del Picchia
Oi Bia,
Nossa como é difícil esse desapego, não é?
Acho que vamos vivendo vários partos ao longo do crescimento dos filhos: quando desmamam, depois aprendem a andar, depois a falar, a ir ao banheiro sozinhos, a dormir na casa dos amigos, a não querer mais nossa presença na porta da escola, a preferir a companhia dos amigos ao invés da nossa, depois a da/o namorada/o….
Uma vida inteira de preparação.
Feliz Dia das Mães!
Bjs
Cristiane, lembro que há um ditado tibetano que diz: Viver é aprender a soltar. Acho que para as mães esse aprendizado é mais forte ainda, retomado a cada etapa do filho, como vc descreveu.
Nada fácil, mas vale apena se a alma não é pequena… e nem apegada!
Feliz Dia das Mães para você também, e grande beijo!