Aprendendo as respeitar os ciclos
Nossa cultura, controladora, voluntariosa, beirando a onipotência, nos faz acreditar que, se quisermos, podemos “dominar e vencer” os ciclos…
Nas coisas que queremos e que gostamos, não suportamos o FIM.
Queremos eternidade naquilo que é finito porque vivo.
Nem tudo precisa morrer completamente, como um relacionamento, por exemplo, mas se chegou o tempo, a forma de se relacionar precisa morrer, para que nasça uma nova forma. E se não morre o que precisa, vem a rigidez, o novo não nasce e a vida se vai…
Muitas vezes o que não suportamos é o MEIO. O meio dá trabalho, implica em um cotidiano que pode parecer chato e sem a excitação do começo ou o drama do fim!
O meio é a construção, é o cuidar amoroso (e muito trabalhoso) para que as coisas se sustentem e se mantenham no tempo que for preciso: é o viver o processo!
Outra vezes o que mais tememos é o COMEÇO. O começo implica no desconhecimento do que “aquilo” vai ser ou se tornar e morremos de medo de não ter controle sobre isso. O novo e o surpreendente nos apavoram, o que, em certo sentido é loucura, pois está aí a aventura de viver!
Pensei muito nesse assunto porque no sábado, dia 23 de outubro, eu, a Cássia Simone e a Monica Jurado, terminamos um trabalho, com um grupo de mulheres, que durou seis meses. Chamamos esse trabalho de “Uma jornada rumo ao Feminino Sagrado”. Em um sábado a cada mês, usando uma deusa como Guia e Símbolo, trabalhamos um aspecto do nosso viver.
Começamos com Hécate e “visitamos” a matriz impessoal desse Feminino Sagrado. Prosseguimos com Athena e Métis, sua mãe, e o pensamento libertário. Com Oxum, aprendemos sobre os rios e as cachoeiras que são a vida de nosso sentimentos e afetos. Com Nanã procuramos nos tornar as curadoras de nossas próprias feridas. Héstia nos trouxe para nosso centro silencioso e vital. E Iansã nos levará para a ação que nos cabe no mundo!
Foi um trabalho intenso e profundo, pleno de insights, de momentos mágicos, de sincronicidades, de lágrimas e muito riso, de intimidade e acolhimento, muito forte e muito delicado ao mesmo tempo! Fantásticas mulheres participaram dele.
E por isso, algumas das participantes se disseram muito tristes porque ele iria terminar.
Então, pode parecer que teria sido mais fácil para nós três “engatarmos” uma continuação ou repetirmos esse modelo, que afinal deu certo!
Mas, aí não estaríamos respeitando o Feminino Sagrado, não estaríamos respeitando os ciclos. Nem respeitando a força que o trabalho teve. Ele foi especial para todas nós, mas terminou! Já cumpriu seu papel!
Que nós aprendamos a honrar e celebrar os ciclos: eles são matéria-prima do pleno viver!
Tudo tem começo, meio e fim, para que haja sempre um recomeço e a Vida se renove!
Minha querida, temos aprendido juntas que não adianta forçar e nem repetir caminhos. Eles se abrem e se fecham naturalmente como tem que ser. Fico muito feliz por termos sido visitadas por estas Grandes Senhoras e espero ardentemente pelo que virá… Cassia Simone
Poderá ser uma alegria, saber como vivenciar a menopausa, dentro desse Aprendendo a Respeitar os Ciclos!
Monica, para mim foi um tempo muito bom, de grandes conquistas e de maior serenidade – viver minha menopausa foi, de certa forma, libertador!
Abraço
Cris