– Meu tio era um plantador de arroz que aprendeu a curar meditando e entrando em transe. No primeiro dia que aprendeu a praticar a cura, sentiu que a energia dos deuses o ajudava a ver a doença nos pacientes. Eles lhe mostravam que ervas usar e onde tocar. Durante vinte anos os deuses vieram, mas um dia pararam de aparecer. Então, meu tio disse às pessoas que não podia mais curar e voltou a plantar arroz.
Há nisso uma assombrosa integridade. É difícil imaginar um terapeuta, médico ou professor espiritual admitindo que, em determinados dias, os deuses não estão á sua disposição. No entanto, todos sabem que isso acontece.”
Verdade, não? De nós depende a intenção, o estudo, o esforço, a dedicação; mas – e é um grande MAS – nosso talento, inspiração, até maior eficiência, estão sujeitos a fator(es) que, vamos reconhecer, nos escapam.
Os gregos o chamavam de Musa, mas podemos chama-lo de inconsciente, astros, Deus… Ou de fluxo, como preferimos generalizar, sem excluir os outros.
* Depois do êxtase, lave a roupa suja – Jack Kornfield – Ed Cultrix
Texto e criação gráfica de Beatriz Del Picchia, desenhos Cristina Balieiro
Olá Beatriz!
Também adoro esse livro, sou psicoterapeuta e achei a passagem que você escolheu muito verdadeira. Às vezes simplesmente, os deuses não vêm, e como é difícil admitir.
Gosto muito do seu blog, visito sempre e toda vez encontro uma mensagem que me alimenta.
Um abraço
Cristiane, pelo visto temos gostos parecidos para alimentos, esse livro é muito legal mesmo. Obrigada pelo comentário, bjs