Marie-Louise von Franz fala sobre a relação terapêutica
Às vezes a relação ou a análise se dá em palavras ditas pela metade que a outra pessoa entende de uma maneira específica, mas que um não pode repetir quando fala do caso. Podem-se contar os sonhos, e repetir o que alguém disse ao analisando sobre seu significado, mas sabemos perfeitamente bem que não conta mais que a metade da história. Também há coisas que não se podem dizer porque acontecem sem que alguém saiba. Alguém pode dizer depois: «Não recordo o que você disse naquele momento, mas riu de certa maneira e a mim isso sugeriu algo». Isso pode acontecer sem que nenhuma das duas partes note no momento, e esses efeitos não se podem evitar nem se pode falar deles, embora na realidade possam formar a base do processo analítico e terapêutico.
Está também a simpatia entre duas pessoas, a sympathia, que significa que sofrem juntas, que as duas impressionam-se juntas, e esta condição de «estar juntos» que provém de participar da mesma experiência não se pode explicar… não porque queremos fazer dela um segredo, mas sim porque é inexplicável, irracional e muito complexa. De modo que se pode dizer que em todo processo de análise há um segredo, e em geral não se pode falar dele. Quer dizer que se publicarmos um caso, publicamos só em parte; é uma coisa peculiar e única, e embora costumemos ir à casa pensando que agora já sabemos como funciona o processo de individuação, estão completamente despistados, porque se pode garantir que o processo de individuação deles funcionaria de maneira muito diferente. Per definitionem, tratá-se de uma individuação, o que significa algo único.
ALQUIMIA – pág. 54
Olá meninas,
Consegui me cadastrar por e-mail, espero começar a receber os posts!
O blog está lindo e o conteúdo super interessante.
Bjs
Fui apresentada a página recentemente e me encantei de início.
Seja muito bem-vinda, Maria Tereza de Andrade!
Cris